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RISCOS ERGONÔMICOS NA ATIVIDADE DOS PROFISSIONAIS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM HOSPITAIS BRASILEIROS

RISCOS ERGONÔMICOS NA ATIVIDADE DOS PROFISSIONAIS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM HOSPITAIS BRASILEIROS

Diana da Silva Lima
diana.silvalima27@gmail.com

RESUMO

As atividades desenvolvidas pelos profissionais técnicos de enfermagem da área da saúde apresentam várias características que podem desencadear doenças ocupacionais e riscos ergonômicos relacionadas ao trabalho. O objetivo deste artigo é analisar os riscos ergonômicos relacionadas pelas atividades desenvolvidas em hospitais e relatar quais os riscos afetam a saúde dos profissionais de enfermagem. Quais as causas mais frequentes citada pelos profissionais e apresentar as intervenções ergonômicas para minimizar ou eliminar as doenças relacionadas ao trabalho. Quais as lesões que mais são manifestadas pelos riscos. Para alcançar esse objetivo foi realizado pesquisas bibliográficas de estudos para reconhecer os riscos ergonômicos e evidenciar os adoecimentos dos trabalhadores técnicos de enfermagem.

Palavra-chave: Enfermagem, hospitais, riscos ergonômicos.

ABSTRACT

The activities carried out by technical nursing professionals in the health sector have several characteristics that can trigger occupational diseases and work-related ergonomic risks. The objective of this article is to analyze the ergonomic risks related to activities carried out in hospitals and report which risks affect the health of nursing professionals. What are the most frequent causes cited by professionals and present ergonomic interventions to minimize or eliminate work-related illnesses. Which injuries are most manifested by risks? To achieve this objective, bibliographic research was carried out to recognize ergonomic risks and highlight illnesses among technical nursing workers.

Keyword: Nursing, hospitals, ergonomic risks.

1. Introdução

    Este estudo, trata-se de uma proposta de pesquisa que pretende abordar as atividades dos técnicos de enfermagem relacionadas ao trabalho em hospitais.

    Os trabalhadores estão constantemente expostos aos riscos ocupacionais em seu ambiente laboral. A Norma Regulamentadora (NR 06) em 08 de junho de 1978, a Portaria nº 3.214 e Norma Regulamentadora (NR 32), de 11 de novembro de 2005, e a Portaria nº 485, junto com o Ministério do Trabalho (MT) criaram um leque de questões relacionadas a saúde do trabalhador e as doenças ocupacionais.

     A Norma Regulamentadora (NR 09) que legisla a saúde do trabalhador classifica os riscos ocupacionais como riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS), define como doença ocupacional os problemas de saúde contraídos pelo trabalhador após ficar exposto a fatores de risco decorrentes da sua atividade laboral, que afetam sua saúde física e mental.

    Atualmente vivemos reformulando medidas preventivas para alcançar melhorias de qualidade de vida, principalmente aos profissionais que dedicam cuidar de outras pessoas dentro de hospitais.

    O impulsionamento da globalização implica nas novas formas de trabalho de modo geral, e consequentemente na vida das pessoas, nas doenças e acidente de trabalho, na vida laboral e isso se propaga ao mundo todo. A preocupação refere-se à preservação da integridade física do trabalhador durante o exercício de sua função dentro dos hospitais.

    É pensando na saúde do trabalhador que se pratica a segurança dos profissionais dessa área, tendo como principal contexto os riscos ergonômicos encontrados, e em razão deste tema abordamos levantamento de dados que a equipe de enfermagem está exposta.

    • analisar os riscos ergonômicos relacionados pelas atividades desenvolvidas em hospitais e relatar quais os riscos afetam a saúde dos profissionais de enfermagem

    Saúde do trabalhador

    Atualmente a realidade do mundo vem exigindo cada vez mais de pesquisadores, compreender as capacidades físicas, cognitivas e afetivas dos trabalhadores de um como geral. Dessa forma, compreender a temática do contexto por sua, contribui para a prevenção dos mesmos por meio do rastreamento e diagnóstico dos agravos a saúde que podem ocorrer em função do trabalho dos profissionais de saúde e especifico os técnicos de enfermagem durante a assistência aos pacientes dentro de uma unidade hospitalar. (Carrara. G, L, R; Magalhães. D, M; Lima. R, C.)

    De acordo com pesquisas bibliográficas, os profissionais da área de saúde estão expostos aos riscos ocupacionais que afetam diretamente a saúde do trabalhador, expondo-o a adoecimentos e acidentes de trabalho.

    Riscos ocupacionais

    Segundo (CASTRO;FARIAS; 2008,p2) a classificação referida, percebe-se que os trabalhadores de enfermagem estão expostos a inúmeros riscos que podem causar agravos à sua saúde, acidentes de trabalho e/ou doenças, principalmente durante a assistência ao cliente, e que essa exposição pode trazer consequências para a saúde do trabalhador em vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social. Vejamos na tabela 01 a seguir a classificação dos riscos ocupacionais:

    Tabela 01- Classificação dos riscos ocupacionais

    GRUPORISCODESCRIÇÃO
    1FísicoRuídos, vibrações, radiações ionizantes e não-ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade.
    2QuímicoFumos, gases, vapores, poeiras, névoas, neblinas e etc.
    3BiológicoBactérias, protozoários, vírus, fungos, parasitas
    4ErgonômicoEsforço físico excessivo, levantamento e transporte de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, trabalho noturno, jornadas de trabalho extensas, dentre outros.
    5AcidentesMáquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas e iluminação inapropriadas, risco de choque elétrico, incêndio, explosões, entre outros.

    Para (Carrara. G, L, R; Magalhães. D, M; Lima. R, C. 2015) os trabalhadores da área de saúde estão expostos aos mesmos riscos (químicos, físicos e ergonômicos) a que se sujeitam os demais trabalhadores, acrescidos daqueles representados por agentes biológicos, uma vez que se expõe constantemente ao contato com sangue e outros fluídos orgânicos contaminados por uma variedade imensa de patógenos desencadeadores de doenças ocupacionais. Diante de estudos analisados, apresenta-se uma tabela 02, informativa demonstrando os riscos na área da saúde com ênfase nos profissionais técnicos de enfermagem.

    Um ambiente hospitalar é considerado insalubre, embora o serviço de saúde seja considerado um local de recuperação a saúde e prevenção, o fato é que favorece a exposição do trabalhador da saúde a diversos malefícios ao longo da vida profissional (Carrara. G, L, R; Magalhães. D, M; Lima. R, C. 2015).

    Segundo Schmidt et al., o estudo se deu de forma transversal e quantitativa, avaliando técnicos de enfermagem e enfermeiros, sendo 106 profissionais de enfermagem (11 enfermeiros e 95 técnicos de enfermagem), profissionais de ambos os sexos e com faixa etária entre 18 a 60 anos, em um hospital da região Sul do Brasil.

    Tabela 02 – Riscos ocupacionais mencionados por estudos bibliográficos

    Riscos ocupacionais
    FísicoArranjo físico inadequado; Irradiações; Vibrações provenientes de máquinas ou ferramentas.
    QuímicoHipersensibilidade ao látex; Contaminação as substâncias químicas; Manipulação substâncias; Preparo de medicação; Descarte de agentes antineoplásicos injetáveis.
    BiológicoRisco de contato sangue e outros fluidos corpóreos; Risco de infecção e contaminação.
    ErgonômicoDistúrbios osteomusculares(lombalgias); Movimentos de flexão e rotação da coluna vertebral; Estresse; Transtornos mentais e comportamentais; Execução de movimentos inadequados; Levantamento e transporte manual de peso; Postura inadequada; Trabalho noturno; Arranjo físico inadequado; Materiais inadequados ou defeituosos; Iluminação inadequada.
    AcidentesAcidentes com coletores de lixo; Acidentes com sangue e outros fluidos corpóreos; Acidentes com exposição aos líquidos corporais; Acidentes do trabalho e morbidade de motoristas de ambulância; Acidentes com material perfurocortantes

    Tabela 03 – Riscos ocupacionais x doenças

    Riscos ocupacionaisDOENÇAS
    FísicoArranjo físico inadequado; Manuseio da utilização das autoclaves; Radiações ionizantes; Vibrações provenientes de máquinas ou ferramentas; Ruídos de monitores e de ar comprimido.LER/DOR – lesões em ombros, dorso, punho e membros superiores; Dupla jornada de trabalho; Distúrbios emocionais; Cansaço; Excesso de autoconfiança; Falta de organização do serviço.
    QuímicoHipersensibilidade ao látex, causando contaminação as substâncias químicas; Manipulação substâncias; Preparo de medicação; Descarte de agentes antineoplásicos injetáveis.Dermatites; Alergias.
    BiológicoRisco de contato sangue e outros fluidos corpóreos; Risco de infecção e contaminação.  HIV; Hepatites; Doenças transmissíveis e infectocontagiosas; Ferida cirúrgica; Desinfecção e esterilização de materiais contaminados.
    ErgonômicoDistúrbios osteomusculares(lombalgias); Movimentos de flexão e rotação da coluna vertebral; Estresse; Transtornos mentais e comportamentais; Execução de movimentos inadequados; Levantamento e transporte manual de peso com movimentação de paciente e equipamentos; Postura inadequada; Trabalho noturno/ perda de sono; Arranjo físico inadequado; Materiais inadequados ou defeituosos; Iluminação inadequada.LER/DOR- lesões em ombros, dorso, punho e membros superiores; Tessonovites; Hérnia; Transtornos mentais; Pânico; Fadiga; Traumas e cortes; Problemas visuais; Perda de sono desgastante físico e mental.
    AcidentesAcidentes com coletores de lixo; Acidentes com sangue e outros fluidos corpóreos; Acidentes com exposição aos líquidos corporais; Acidentes do trabalho e morbidade de motoristas de ambulância; Acidentes com material perfurocortantes.HIV; Hepatites; Morte; Cortes; Traumas.  

    Como foi possível observar, durante a sua prática laboral, os trabalhadores de saúde estão sujeitos a vários riscos ocupacionais.

    Doenças ocupacionais e acidentes de trabalho

    Entre os profissionais de saúde é comum nos depararmos com situações perigosas, onde as exigências de segurança no trabalho são negligenciadas causando acidentes de trabalho e doenças ocupacionais (Carrara. G, L, R; Magalhães. D, M; Lima. R, C. 2015).

    Norma Regulamentadora – NR 32

    A Norma Regulamentadora NR 32 através da Portaria n. 485 de 11 de novembro de 2005, tem finalidade de estabelecer as diretrizes básicas sobre as medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, e aqueles que promovem assistência à saúde em geral. (NORMA REGULAMENTADORA NR 32, 2005).

    Torna-se importante a implantação desta norma para que haja mudanças benéficas para os profissionais da área da saúde, para a promoção e prevenção da segurança do trabalho e prevenção a doenças ocupacionais e acidentes, visando minimizar os índices de adoecimentos.

    A própria NR-32 abrange as situações de exposição aos diversos agentes de risco presentes no ambiente de trabalho dos profissionais técnicos de enfermagem e enfermeiros

    • IDENTIFICAR QUAIS AS LESÓES mais frequentes e quais as mais manifestadas ESTÃO RELACIONADAS COM as atividades dos técnicos de enfermagem

    Segundo a Lei 7.498 de 25 de junho de 1986 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), o serviço de enfermagem é praticado pelo enfermeiro, técnico e auxiliar em acordo com o grau de capacitação de cada subdivisão (OLIVEIRA ,2013).

    Nas competências definidas para o técnico e o auxiliar, cabe à realização de ações de nível médio, prestando assistência, com exceção das atividades privativas do enfermeiro. (OLIVEIRA,2013).

    A equipe de enfermagem quando comparada a outras categorias profissionais da saúde tem destaque no tangente a acidentes ocupacionais. Os artigos analisados, trouxeram a discussão sobre os acidentes na equipe de enfermagem, destacam a equipe de enfermagem como sendo a que apresenta maior quantitativo de acidentes durante sua prática profissional. (OLIVEIRA,2013).

    Evidências científicas apontam que cerca de 60% das ações dos técnicos de enfermagem, favorece a ocorrência de acidentes. Ademais, existem outros fatores que predispõe a categoria a uma maior incidência de acidentes de trabalho com riscos biológicos e ergonômicos, fato que se explica pela elevada quantidade de técnicos e auxiliares de enfermagem, que ao permanecerem mais tempo na assistência direta aos pacientes, executam um maior número de procedimentos vinculados. (OLIVEIRA,2013).

    Quanto aos agentes mais mencionados pelos profissionais foi o risco físico associado ao ergonômico e o biológico associado aos acidentes, mencionam a sua existência ao analisar o adoecimento e o acidente ocupacional compreendendo aproximadamente 33% das publicações analisadas.

    De acordo com as diretrizes do Ministério do Trabalho e Emprego:

    Segurança do trabalho deve ser entendida como o conjunto de medidas adotadas para erradicar ou minimizar os acidentes de trabalho do trabalhador. Estas medidas têm por finalidade assegurar a integridade do meio ambiente e da saúde do trabalhador, além de garantir o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho. Estas medidas têm por finalidade assegurar a integridade do meio ambiente e da saúde do trabalhador, além de garantir o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho. (SANTOS, 2011, p.11)

    Das doenças ocupacionais mais citadas pelos profissionais foram os distúrbios musculoesqueléticos, além de serem considerados um dos mais apontados, são um dos mais graves no campo da saúde do trabalhador. Os técnicos de enfermagem tem sido uma das profissões mais afetada por este distúrbio. Pesquisas realizadas em vários países revelam prevalências superiores a 80% de ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos em trabalhadores de enfermagem. Estudos nacionais apontam para prevalências entre 43 a 93% desses distúrbios. Já os infecciosos são o segundo mais mencionado, devido a exposição por líquidos corporais. (OLIVEIRA,2013).

    Tabela 04 – Riscos mais apontados pelos técnicos de enfermagem

    Riscos ocupacionaisDOENÇAS
    Físico/ ErgonômicoDistúrbios osteomusculares(lombalgias); Estresse; Transtornos mentais e comportamentais; Levantamento e transporte manual de peso com movimentação de paciente e equipamentos; Postura inadequada; Arranjo físico inadequado; Materiais inadequados ou defeituosos;  LER/DOR; Tessonovites; Hérnia; Transtornos mentais; Pânico; Fadiga; Lesões osteomusculares.
    Biológico /AcidentesAcidentes com coletores de lixo; Acidentes com sangue e outros fluidos corpóreos; Acidentes com exposição aos líquidos corporais; Acidentes do trabalho e morbidade de motoristas de ambulância; Acidentes com material perfurocortantes.HIV; Hepatites; Morte; Doenças transmissíveis e infectocontagiosas; Ferida cirúrgica; Desinfecção e esterilização de materiais contaminados.

    Segundo Alcântara et al.2, DORT são lesões que acometem músculos, tendões, nervos inferiores e principalmente superiores, afetando regiões do pescoço e tronco. Consequentemente evoluem para inflamações crônicas com varias consequências. Nessas atividades de sobre carga muscular o autor afirma que as lesões foram causadas pelos supostos movimentos repetitivos por sobre carga muscular prolongados.

    O termo Distúrbios ocupacionais relacionado ao Trabalho agrega vários distúrbios dolorosos onde envolve a musculatura óssea (PRZYSIEZNY, 2000).

    Seguindo a explicação SANTOS (2013), resume-se.

    As análises focam as questões de segurança de processos e ao mesmo tempo complementam as atividades industriais de segurança e saúde mais tradicionais. Os acidentes podem ocorrer na operação de qualquer processo, e a preocupação pela prevenção desses acidentes não inclui apenas o compromisso da gerência ou da liderança nas organizações, mas requer também um programa bem definido para administrar todas as funções e atividades que possam afetar a segurança em cada nível da organização.

    O termo DORT é uma combinação de inflamações infecciosas provocada por atividades que exigem movimentos repetitivos de um trabalhador. (PRZYSIEZNY),2000).

    Segundo ANTONINO 2013, saúde ocupacional é:

    A saúde ocupacional está relacionada com a assistência médica preventiva, a Lei nº 24/94 instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR-7), que exige o exame médico pré-admissional, o exame médico periódico, o retorno ao trabalho (no caso de afastamento superior a 30 dias) o de mudança efetiva de função, antes da transferência, e o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento definitivo do funcionário.

    É essencial que os riscos ocupacionais sejam identificados e controlados, como a própria lei indica, com a finalidade de proteger a saúde e segurança dos funcionários. (ANTONINO.R, P. 2013, p 20).

    Para o autor Antonino (2013, p. 22) “qualquer que seja a abordagem, deve-se tornar claro aos empregados que a decisão foi tomada pela gerência, e que foi tomada visando o bem-estar e a saúde dos que trabalham na empresa”.

    Os hospitais de um modo geral devem adotar meios de prevenção e promoção para  orientar e ajudar os funcionários a identificar riscos potenciais de saúde; educar com palestras, treinamentos quanto aos riscos e encorajá-los a mudar seu estilo de vida, buscando conhecimentos para que todos tenha a consciência e benefícios que serão atribuídos através de exercícios físicos, boa alimentação e monitoramento da saúde.

    A ação ergonômica apoiada em métodos e técnicas de análise própria busca respostas aos problemas resultantes da inadequação dos artefatos, da organização do trabalho e dos ambientes ao modo de funcionamento humano. O produto dessas ações se apresenta na forma de soluções da natureza tecnológica ou organizacional efetiva para as mais diversas situações de trabalho, e visam ajudar a transformar a ação dos homens apoiada em critérios de conforto, qualidade, eficiência e eficácia. (RODRIGUES. R,F;MERINO. E,A,D; FILHO. N,C, p.27).

    Com base em estudos bibliográficos. (BARBOZA, M.C.N. et al). De um contexto geral é possível identificar que  os fatores de risco  é a melhor maneira de prevenir as LER e DORT, e para isso é necessário a elaboração de programas de prevenção e promoção a saúde e a ergonomia é uma ferramenta essencial  no ambiente de trabalho, utilizando a ergonomia como maneira de implementar a segurança no local de trabalho, bem como a elaboração de programas de promoção da saúde. Também é importante enfatizar que a atividade profissional de capacitação dos trabalhadores ajuda a identificar com maior facilidade os fatores de risco, aumenta sua confiança e habilidade dentro de qualquer ambiente laboral e oferece maior segurança na atividade profissional.

    • Interversões ergonômicas recomendadas para mitigar lesões osteomusculares e doenças ocupacionais para os profissionais técnicos de enfermagem dentro de hospitais.

    A ergonomia estuda as condições prévias também as consequências do trabalho analisando as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente durante o processo do seu trabalho. (VILALVA,2018).

    A intervenção Ergonômica vem gerando mudança continua nas organizações, pois a cada dia as empresas buscam métodos que contribuem com o desempenho de seus colaboradores, identificando os possíveis mecanismos de lesão que interferem nos resultados da produtividade (VILALVA,2018).

    O resultado positivo de uma intervenção ergonômica depende de sua capacidade de controlar ou amenizar os fatores de risco das lesões. (VILALVA,2018).

    Dentro da Ergonomia existe vários métodos que podem ser utilizados para identificar que tipo e grau de risco aquela determinada atividade pode estar causando para o trabalhador.

    A ergonomia tendo sido atualmente um dos melhores métodos de intervenção para minimizar e eliminar possíveis riscos à saúde do trabalhador.

    No âmbito da promoção à saúde do trabalhador, os profissionais de enfermagem do turno noturno sobre os riscos de acidente de trabalho possibilitam a reflexão de que o estímulo às práticas de prevenção e orientação/capacitação são essenciais para a prevenção de agravos ocupacionais, sobretudo daqueles decorrentes dos que envolvem os acidentes de trabalho com materiais biológicos. (COUTO, 2018).

    Tabela 05 – Medidas mitigadoras para os riscos mais apontados pelos técnicos de enfermagem

    Riscos ocupacionais x Medidas preventivas
    BiológicoTreinamento e capacitaçãoEquipamentos de Proteção Individual (EPI)Sensibilização desses trabalhadores a respeito dos riscos ocupacionaisGestão do conhecimento e das boas práticas hospitalares
    ErgonômicoTreinamento e capacitaçãoSensibilização desses trabalhadores a respeito dos riscos ocupacionaisGinastica laboralAET- Análise Ergonômica do TrabalhoAções educativas e promoção a saúde Tratamento fisioterapêutico
    Acidentes Treinamento e capacitaçãoEquipamentos de Proteção Individual (EPI)Sensibilização desses trabalhadores a respeito dos riscos ocupacionaisAções educativas e promoção a saúde
    • Considerações finais

    Conforme o objetivo do artigo proposto, foi possível identificar que os profissionais técnicos de enfermagem apresentam vários fatores que podem levar a doenças ocupacionais, portanto compreender a abordagem de determinadas formas de adoecimento, é preciso contextualizar seu surgimento e suas características, que submetem os trabalhadores a condições e ambientes inadequados.

    Assim, a pesquisa bibliográfica contribuiu para mostrar em diferentes leituras e abordagens em relação às doenças acometidas aos profissionais de saúde onde o contexto se inserem, apontando para a necessidade de avançar nas ações de promoção e prevenção à saúde do trabalhador, procurando uma intervenção concreta na relação saúde dos profissionais de enfermagem.       

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AET             Análise Ergonômica do Trabalho
    EPI              Equipamento de Proteção Individual
    NR               Norma Regulamentadora
    OMS            Organização Mundial da Saúde
    SST             Segurança e Saúde no Trabalho
    LER             Lesão por Esforço Repetitivo
    DORT          Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
    MT                Ministério do Trabalho

    REFERÊNCIAS

    PAIVA. D, N; SCHMIDT. D, C; WAGNER. L, E; SILVEIRA. E, C; Oliveira. M, E.L; Maziero. G; Pedroso. J, L; Pohl. H, H. Associação entre fatores de risco ergonômico e presença de dor lombar em equipe de enfermagem de âmbito hospitalar / Associação entre equipe entre fatores de risco ergonômicos e presença de dor lombar no hospital. Revista Brasileira de Desenvolvimento, 7 (9), 89095–89109. https://doi.org/10.34117/bjdv7n9-191. (2021).

    VILALVA.W, O. Importância da fisioterapia ergonômica na melhora da qualidade de vida do trabalhador no setor de estoque. Monografia (curso de Fisioterapia da FASIPE– Faculdade de Sinop),09 p.2018.

    OLIVEIRA, M.R.M. A Abordagem das lesões por esforços repetitivos: distúrbios osteomusculares relacionado ao Trabalho – LER/DORT no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Espírito Santo – CRST/. Revista Arca Rio de Janeiro 2021

    COUTO. P, L, S; GOMES.A, C; ALVES. F, F; CASTELAN. E; DOB. R, V; MERCÊS. M,C; GOMES. A.M.T. Representações sociais acerca dos riscos de acidentes de trabalho. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. n 1863, p.7,2018.

    RODRIGUES. R, F; MERINO. E, A, D; FILHO. N, C. Contribuição da Ergonomia no Processo de Inovação das Instituições. Revista Brasileira de Ergonomia. volume 8, p29.

    ALCÂNTARA, M.A; NUNES, G.S; FERREIRA, B.C.M.S. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho: o perfil dos trabalhadores em benefício previdenciário em Diamantina (MG, Brasil). Sielo Brasil.

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