ERGONOMIC RISKS IN THE LOW-VOLTAGE ELECTRICAL MAINTENANCE ACTIVITY
José Anderson de Alencar Ramos [1]
Jardel Claudino Pereira Santos[2]
Resumo
Diariamente, centenas de pessoas perdem a vida devido a acidentes elétricos, como incêndios e choques. As causas variam desde descuidos simples até instalações elétricas mal feitas ou que necessitavam de reparos. A manutenção de rede elétrica é fundamental em diversos cenários, mas é um trabalho que expõe o profissional a uma série de riscos. Queimaduras, explosões, incêndios e outros perigos fazem parte da rotina dos profissionais que lidam com essa manutenção. O objetivo geral do estudo foi demonstrar a importância da identificação e mitigação dos riscos ergonômicos na atividade de manutenção elétrica em baixa tensão. Este presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Scielo), foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados: Portal da Capes e Google Schoolar. Os riscos ergonômicos presentes nos serviços de emergência durante a manutenção elétrica em baixa tensão são substanciais e podem afetar a saúde e segurança dos trabalhadores. O uso prolongado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como capacetes, luvas e botas, é fundamental para a segurança na manutenção elétrica em baixa tensão, mas pode causar desconforto significativo. Embora indispensáveis, esses equipamentos podem contribuir para o estresse térmico e a fadiga devido ao peso e à restrição de movimento. Identificar e mitigar os riscos ergonômicos na manutenção elétrica em baixa tensão é essencial para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Condições adversas, como posturas inadequadas e esforço físico excessivo, podem causar lesões e fadiga, afetando a capacidade de trabalho e a qualidade das tarefas.
Palavras-chave: Ergonomia. Segurança do trabalho. Eletricidade. Manutenção.
1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, a energia elétrica está presente em quase todos os âmbitos, sejam eles residenciais, comerciais ou industriais. Devido à sua importância, diversos fatores podem levar à reestruturação da rede de distribuição de energia elétrica existente ou até à construção de um novo trecho. Nessas circunstâncias, surgem os trabalhos nas redes de distribuição de energia elétrica (Silva, 2022).
Diariamente, centenas de pessoas perdem a vida devido a acidentes elétricos, como incêndios e choques. As causas variam desde descuidos simples até instalações elétricas mal feitas ou que necessitavam de reparos. Frequentemente, isso ocorre porque, em busca de preços mais baixos, as pessoas utilizam produtos de marcas sem procedência, geralmente fora das normas técnicas e que não passaram por rigorosos processos de qualidade e inspeção (Chaves, 2023).
Essas instalações elétricas podem causar acidentes e colocar em risco a vida de pessoas em residências, comércios e indústrias. É importante que os consumidores fiquem atentos ao escolher produtos de qualidade e mantenham a manutenção elétrica sempre em dia (Isami; Bis, 2020).
A manutenção de rede elétrica é fundamental em diversos cenários, mas é um trabalho que expõe o profissional a uma série de riscos. Queimaduras, explosões, incêndios e outros perigos fazem parte da rotina dos profissionais que lidam com essa manutenção. Atuar preventivamente com boas noções de segurança é indispensável, com o principal objetivo de garantir que o trabalhador possa atuar em segurança durante todo o expediente (Macêdo; Diniz, 2023).
Os riscos ergonômicos são bastante relevantes em atividades elétricas e estão ligados a elementos biomecânicos. Um exemplo é o trabalho em altura, sobre postes e com apoios inadequados, fazendo com que os profissionais adotem posturas incorretas para realizar suas tarefas. Além disso, a cobrança quanto ao tempo determinado para atendimento a emergências nas instalações elétricas e a rotina de horas extras podem gerar riscos ergonômicos, levando o funcionário a ter sérios problemas fisiológicos, psicológicos e emocionais, reduzindo sua produtividade e segurança (Lima; Lage, 2019).
Os acidentes de origem elétrica apresentam riscos como choques elétricos, incêndios e danos aos equipamentos. Causas comuns incluem fiação inadequada, falta de manutenção, sobrecarga elétrica e falhas de equipamentos. A exposição prolongada a campos elétricos pode resultar em problemas de saúde, como dores de cabeça e cansaço. Para prevenir acidentes, é necessário seguir normas e regulamentações para instalações elétricas, manter os equipamentos em boas condições e realizar inspeções regulares para reduzir os riscos (Miranda et al., 2022).
A atividade de manutenção elétrica envolve uma série de riscos ergonômicos significativos que podem comprometer a saúde dos trabalhadores. As posturas inadequadas, os esforços físicos excessivos e os movimentos repetitivos são comuns, levando a lesões musculoesqueléticas e distúrbios por esforços repetitivos. Além disso, o trabalho em ambientes restritos e mal iluminados aumenta a tensão física e ocular. O uso prolongado de equipamentos de proteção individual (EPIs) também pode causar desconforto e fadiga. Portanto, é essencial implementar medidas preventivas para reduzir esses riscos e garantir a segurança e o bem-estar dos profissionais envolvidos (Maciel et al., 2023).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Manutenção elétrica
Chaves (2019) definem a manutenção industrial como assegurar a funcionalidade dos equipamentos e instalações para atender às demandas de produção e preservar o meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados. A NBR 5462 descreve a manutenção como a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo supervisão, que visam manter ou restaurar um item ao estado necessário para cumprir uma função requerida. Assim, a manutenção abrange os conceitos de prevenção (manter) e correção (restaurar).
Luciano et al. (2020) afirmam que a manutenção tem o objetivo de assegurar a funcionalidade dos equipamentos e instalações para atender a um processo de produção ou serviço, garantindo confiabilidade, segurança, preservação ambiental e custos apropriados. É fundamental que os dispositivos continuem a realizar as funções desejadas pelos usuários. Independentemente da definição adotada, a ideia de manutenção está relacionada a atividades e ações destinadas a manter o funcionamento de um sistema dentro de parâmetros estabelecidos.
Santos et al. (2021), explanam que a manutenção é um meio para melhorar a produtividade, a qualidade do produto, o lucro e a eficácia geral das plantas industriais de manufatura e produção. Esse método utiliza ferramentas mais eficazes para determinar a condição operacional real dos sistemas produtivos, fornecendo dados sobre a condição mecânica de cada máquina e o tempo médio real até a falha. Assim, todas as atividades de manutenção são agendadas conforme a necessidade.
Medeiro (2020) destaca que a manutenção elétrica é vital para assegurar o funcionamento adequado de painéis, máquinas e equipamentos industriais. Esse processo permite prevenir danos e corrigir vários problemas, prevenindo acidentes que podem afetar a segurança dos colaboradores ou interromper a produção. A realização da manutenção elétrica industrial requer profissionais especializados e capacitados para esse serviço. Além de estarem treinados e familiarizados com as normas de segurança em vigor, esses profissionais devem estar equipados com os itens de segurança necessários.
Oliveira e Alves (2019) afirmam que a manutenção não só assegura a preservação das instalações elétricas industriais, mas também oferece diversos benefícios para empresas e colaboradores. Com isso em mente, foi elaborado este conteúdo para destacar a importância de um serviço especializado em manutenção elétrica. A manutenção elétrica é fundamental para qualquer instalação, seja residencial, predial ou industrial. No entanto, devido à sua estrutura mais complexa, ao grande número de trabalhadores envolvidos e aos riscos associados, a indústria requer esse serviço com maior frequência e atenção.
Almeida e Vidal (2017) descrevem a manutenção elétrica como a prática de conservar circuitos elétricos e seus equipamentos, garantindo o pleno funcionamento das instalações elétricas de um edifício. Este processo visa prevenir curtos-circuitos, apagões e outras interrupções na produtividade dos locais, bem como riscos à segurança dos colaboradores. Optar por uma rotina de manutenção ajuda a evitar gastos frequentes com reparos, pois a maioria dos problemas é identificada em estágio inicial. Para implementar essa manutenção, existem dois estágios: preventivo e corretivo, que consideram o uso do item analisado, sua intensidade e a urgência do reparo, além dos custos envolvidos.
Quando a manutenção elétrica é realizada de forma adequada, contribui para o funcionamento eficiente da estrutura e dos equipamentos conectados à rede elétrica, promovendo o bom desempenho dos ativos. A manutenção preventiva permite a identificação e correção de falhas antes que se tornem problemas graves, evitando paradas inesperadas e danos sérios, como incêndios e perda de equipamentos (Almeida; Vidal, 2017). Em instalações elétricas de baixa tensão, a manutenção preventiva deve ocorrer anualmente ou a cada seis meses, conforme as necessidades do espaço. Essa recomendação está na NBR 5410 da ABNT, embora a frequência possa variar de acordo com a importância e complexidade do sistema. A manutenção corretiva elétrica deve ser realizada sempre que necessário, já que falhas existentes podem representar riscos à integridade do edifício e à segurança e saúde dos ocupantes.]
Branco Filho (2008) descreve que, no campo, a manutenção elétrica implementará o plano de ação por meio de reparos ou substituição de sistemas elétricos. De maneira geral, serão utilizados instrumentos para testar, medir e controlar as grandezas elétricas com o objetivo de determinar se é necessário adotar uma medida mais ampla ou se o risco identificado está adequadamente classificado e controlado. A partir dessa avaliação, poderá ser decidido se será necessário recorrer à manutenção corretiva (menos desejada se o planejamento estiver adequado) ou se o risco exige manutenção preditiva e/ou preventiva.
Neste tipo de manutenção, as intervenções ocorrem em imóveis residenciais para assegurar que a rede elétrica atenda a todas as necessidades dos moradores. Inclui a gestão da rede de abastecimento da estrutura, a redução do consumo de energia pelos eletrodomésticos e a prevenção de cobranças excessivas na conta de luz. O profissional deve realizar a limpeza dos painéis, ajustar e apertar peças, verificar a capacidade dos disjuntores, conferir o aterramento e analisar correntes e cargas.
A manutenção elétrica é fundamental para assegurar a segurança e a eficiência de qualquer instalação elétrica. Sem uma manutenção regular, as instalações elétricas podem apresentar perigos, ocasionando acidentes como choques elétricos e incêndios. A falta de manutenção pode causar uma série de problemas, como falhas elétricas, aumento no consumo de energia e risco de incêndios. Além disso, pode resultar em altos custos para reparos de emergência.
2.2 Eletricidade e seus riscos
A presença da eletricidade na vida cotidiana é cada vez mais significativa, tornando difícil imaginar a vida sem ela. Em residências e ambientes de trabalho, a eletricidade serve como uma forma de energia intermediária, convertida de várias maneiras, como: em motores elétricos, onde se transforma em energia mecânica; em lâmpadas, convertendo-se em energia luminosa; em alto-falantes, telefones e rádios, transformando-se em energia sonora; e em chuveiros elétricos, torradeiras e secadores de cabelo, convertendo-se em calor (Andrade; Hervé, 2023).
Conforme Olovo et al. (2020), invenções como geradores, transformadores e motores de corrente alternada promoveram avanços significativos na produção, transmissão e uso da energia elétrica. A eletricidade, por ser invisível, incolor e sem cheiro, não é perceptível aos sentidos humanos. Como resultado, a exposição a riscos associados à eletricidade pode ser ignorada ou subestimada.
Em diversos locais, tanto para trabalhadores quanto para não trabalhadores, existem pontos energizados e condutores eficientes. Isso cria um ambiente constante propenso a acidentes graves. Nesses casos, os profissionais de segurança e saúde do trabalho são responsáveis por alertar, proteger e, frequentemente, eliminar os riscos (Andrade; Hervé, 2023).
O choque elétrico, ao contrário de outras causas de acidentes, geralmente não é perceptível para os trabalhadores, pois a presença de eletricidade não pode ser confirmada apenas pela observação de um condutor. É necessário usar instrumentos apropriados e calibrados para uma verificação precisa. Cabe aos empregadores informar os trabalhadores sobre os riscos aos quais estão expostos e orientá-los sobre os procedimentos e medidas de controle contra riscos elétricos (Oliveira et al., 2022).
2.3 Segurança do trabalho
A segurança no trabalho refere-se ao conjunto de medidas adotadas para reduzir acidentes laborais e doenças ocupacionais, além de proteger a integridade e a capacidade de trabalho dos colaboradores. Esse tema é amplamente discutido globalmente, com diferentes níveis de implementação em diversas regiões. Independentemente do tamanho da organização, a segurança no trabalho é um aspecto importante na rotina de qualquer empresa, uma vez que a responsabilidade social e o cuidado com a saúde e o bem-estar dos funcionários e suas famílias são amplamente debatidos atualmente (Carvalho et al., 2020).
A Organização Internacional do Trabalho considera inaceitáveis as mortes decorrentes de atividades laborais. Em um documento divulgado em 28/04/2013, a organização alertou sobre a gravidade do problema, destacando que, globalmente, 2,34 milhões de mortes ocorrem anualmente devido a acidentes de trabalho, com uma média diária superior a 5.500 eventos. Além do custo humano, os acidentes de trabalho no Brasil são um dos principais problemas de saúde para os trabalhadores, gerando impactos sociais e econômicos significativos que podem chegar a 10% do PIB, totalizando cerca de 71 bilhões de reais por ano (Vieira, 2023).
No Brasil, o acesso à informação sobre mortalidade laboral é complicado, dificultando comparações tanto a nível internacional quanto nacional. Em um estudo que usa como base os trabalhadores segurados pela Previdência Social, que fornecem estatísticas mais precisas para comparação global, a taxa de mortalidade foi de 11 por 100 mil trabalhadores em 2000. Em contraste, a Finlândia registrou uma taxa de 2,3 e a França 4,4 por 100 mil. No entanto, essas estatísticas não capturam a realidade completa do Brasil. Além da conhecida subnotificação, os dados são limitados, cobrindo apenas os beneficiários do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que representam cerca de um terço da força de trabalho do país, aproximadamente 30 milhões de pessoas. Servidores públicos, trabalhadores informais, autônomos e empregados domésticos não estão incluídos nesses números (Wernke et al., 2021).
3.METODOLOGIA
Este presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Segundo Estrela (2018), a pesquisa bibliográfica é classificada como modelo para o estudo e análise de documentos no campo científico utilizando artigos, livros, enciclopédias, periódicos, resumo, papers, teses, dissertações e monográficas, além de pesquisas em base de dados, e assim obtendo informações rápidas sobre os mais diversos temas. Foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Portal da Capes e Google Schoolar. As buscas no banco de dados foram realizadas no ano de recorte de 2019 e 2024. Os critérios de inclusão foram artigos em texto completo em português publicados entre 2019 e 2024. Foram excluídos artigos de revisão, estudos e aqueles que não responderam a questões de orientação de pesquisa e duplicidade.
4.RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os riscos ergonômicos presentes nos serviços de emergência durante a manutenção elétrica em baixa tensão são substanciais e podem afetar a saúde e segurança dos trabalhadores. A atividade de manutenção elétrica em baixa tensão frequentemente requer que os trabalhadores adotem posturas desconfortáveis e forçadas, como ajoelhar-se, agachar-se ou alcançar áreas de difícil acesso. Essas posturas inadequadas elevam o risco de lesões musculoesqueléticas, causando dores lombares, problemas nos joelhos e nos ombros. A repetição contínua dessas posturas sem pausas adequadas pode agravar essas condições, resultando em períodos prolongados de afastamento e impacto na produtividade (Mamed Filho, 2023).
Conforme Cotrim (2021), a manutenção elétrica em baixa tensão muitas vezes exige grande esforço físico devido ao levantamento, transporte e manuseio de ferramentas pesadas ou equipamentos elétricos. Essas atividades podem resultar em fadiga muscular significativa e aumentar a probabilidade de lesões, como distensões e lombalgias. A repetição contínua dessas tarefas, sem intervalos apropriados ou técnicas adequadas, intensifica o problema.
Kirtley Jr. (2020) aponta que o uso contínuo de ferramentas como chaves de fenda e alicates resulta em movimentos repetitivos. A realização incessante dessas atividades pode causar distúrbios por esforços repetitivos (LER/DORT), afetando predominantemente mãos, pulsos e antebraços. Esses distúrbios provocam dor, inflamação e perda de função, prejudicando a capacidade de trabalho dos profissionais. Para minimizar esses riscos, recomenda-se a implementação de pausas regulares, a variação das tarefas e a utilização de ferramentas ergonômicas.
Creder (2019) destaca que a manutenção elétrica em baixa tensão frequentemente ocorre em ambientes restritos e mal iluminados. Espaços confinados forçam os trabalhadores a adotarem posturas desconfortáveis, o que aumenta a tensão física e o risco de lesões musculoesqueléticas. A iluminação inadequada, por outro lado, sobrecarrega a visão, resultando em fadiga ocular e dificultando a precisão das tarefas. Essas condições comprometem a qualidade do trabalho e elevam o risco de acidentes. Para minimizar esses problemas, recomenda-se melhorar a iluminação dos locais de trabalho com fontes de luz adequadas e portáteis, além de promover a ergonomia ambiental.
Kirtley Jr. (2020) observa que situações de emergência na manutenção elétrica em baixa tensão frequentemente geram um ambiente de alta pressão e estresse, o que afeta negativamente a concentração dos trabalhadores e aumenta o risco de acidentes. A necessidade constante de lidar rapidamente com problemas críticos pode resultar em estresse crônico, que pode desencadear sérios problemas de saúde mental, como ansiedade e burnout. Esses fatores psicológicos comprometem o bem-estar dos trabalhadores e reduzem a eficiência e a qualidade do trabalho. Para reduzir esses efeitos, recomenda-se oferecer suporte psicológico, promover práticas de gestão do estresse e criar um ambiente de trabalho que valorize a saúde mental. Treinamentos específicos em gestão do estresse e pausas regulares podem ajudar a minimizar os impactos negativos, melhorando a segurança e a produtividade.
Cotrim (2021) aponta que o uso prolongado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como capacetes, luvas e botas, é fundamental para a segurança na manutenção elétrica em baixa tensão, mas pode causar desconforto significativo. Embora indispensáveis, esses equipamentos podem contribuir para o estresse térmico e a fadiga devido ao peso e à restrição de movimento. O calor acumulado e a pressão constante em certas áreas do corpo podem resultar em irritações cutâneas e cansaço muscular, afetando o bem-estar dos trabalhadores. Para minimizar esses problemas, é necessário escolher EPIs de qualidade que ofereçam conforto e ventilação adequados, além de garantir pausas regulares para aliviar a tensão e o calor. A capacitação contínua sobre o uso correto dos EPIs e a implementação de rodízios de tarefas também podem ajudar a reduzir o desconforto, melhorando a eficiência e a segurança no ambiente de trabalho.
Blackburn e Domin (2022) sugerem que, para reduzir os riscos ergonômicos na manutenção elétrica, várias medidas preventivas devem ser adotadas. Em primeiro lugar, oferecer treinamento regular aos trabalhadores sobre técnicas apropriadas de levantamento e movimentação, bem como a correta utilização de ferramentas e EPIs, é importante. Ajustar o ambiente de trabalho, como melhorar a iluminação e adaptar a altura das bancadas, pode diminuir o esforço físico. Investir em ferramentas e equipamentos projetados ergonomicamente ajuda a reduzir o desconforto e o estresse térmico. Além disso, estabelecer pausas regulares e promover o rodízio de tarefas previne a fadiga e os distúrbios por esforços repetitivos. Programas de gestão do estresse e suporte psicológico também contribuem para a saúde mental dos trabalhadores.
Mamede Filho (2023) destaca que treinar os trabalhadores em técnicas apropriadas para levantamento e movimentação de cargas é fundamental para reduzir o risco de lesões e garantir a segurança no ambiente de trabalho. Além de instruir sobre métodos corretos para levantar e transportar objetos pesados, é importante orientá-los sobre a adoção de posturas adequadas durante todas as atividades. O treinamento deve incluir práticas de ergonomia, como ajustar a altura de mesas e bancadas, e o uso correto de ferramentas para reduzir o esforço físico e o impacto nas articulações. Também é importante fornecer orientação contínua sobre a necessidade de pausas regulares e alongamentos para prevenir a fadiga e os distúrbios por esforços repetitivos. Essas medidas contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, promovendo a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
Cotrim (2021) afirma que a ergonomia no ambiente de trabalho é importante para prevenir lesões e aumentar a eficiência. Ajustar a altura das bancadas para corresponder à altura dos trabalhadores ajuda a manter posturas corretas e reduz o esforço físico necessário. Fornecer ferramentas com design ergonômico, como alicates e chaves de fenda com empunhaduras confortáveis, diminui o risco de distúrbios por esforços repetitivos e facilita o manuseio. Essas medidas visam reduzir a necessidade de posturas inadequadas e movimentos repetitivos, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e confortável. A adoção de práticas ergonômicas ajuda a diminuir a fadiga e melhora a produtividade, garantindo a saúde e o bem-estar dos trabalhadores a longo prazo.
Kirtley Jr. (2020) aponta que garantir iluminação adequada e uma boa organização nos ambientes de trabalho é importante para assegurar a segurança e o conforto dos trabalhadores na manutenção elétrica em baixa tensão. Uma iluminação apropriada reduz a fadiga ocular e melhora a visibilidade, facilitando a execução precisa e segura das tarefas. Uma organização eficiente do espaço de trabalho minimiza a necessidade de esforços físicos excessivos, como alcançar ou mover equipamentos pesados, e reduz o risco de acidentes. Ambientes bem planejados e desobstruídos permitem movimentação mais fácil e execução mais eficiente das atividades. Implementar essas práticas contribui para um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo, reduzindo o impacto físico e psicológico nas equipes e promovendo a saúde geral dos profissionais.
Garantir que os EPIs sejam confortáveis e apropriados para cada tarefa é fundamental para a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Capacetes, luvas e botas devem ser projetados para garantir um ajuste adequado e reduzir o desconforto durante o uso prolongado. Além disso, oferecer pausas regulares é importante para permitir que os trabalhadores aliviem o estresse térmico e a fadiga associados ao uso contínuo desses equipamentos. Essas pausas ajudam os trabalhadores a se recuperarem e retornarem ao trabalho com mais conforto e eficiência. Investir em EPIs de qualidade e promover práticas que minimizem o impacto do uso prolongado contribui para um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, prevenindo lesões e aumentando a produtividade geral (Creder, 2019).
Aplicar essas medidas pode reduzir significativamente os riscos ergonômicos e criar um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para os profissionais de manutenção elétrica em baixa tensão. Ajustar a altura das bancadas, fornece ferramentas com design ergonômico e garantir uma iluminação adequada diminuem a necessidade de posturas inadequadas e movimentos repetitivos. Treinamentos regulares e pausas apropriadas auxiliam na prevenção de lesões e fadiga. O uso confortável e adequado de EPIs, combinado com práticas de gestão do estresse, melhora o bem-estar geral dos trabalhadores. Adotar essas práticas não só aumenta a eficiência e segurança no trabalho, mas também promove uma melhor qualidade de vida, prevenindo problemas de saúde a longo prazo e garantindo a integridade física e mental dos profissionais (Blackburn; Domin, 2022).
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Identificar e mitigar os riscos ergonômicos na manutenção elétrica em baixa tensão é essencial para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Condições adversas, como posturas inadequadas e esforço físico excessivo, podem causar lesões e fadiga, afetando a capacidade de trabalho e a qualidade das tarefas. Adotar medidas ergonômicas, como ajustar a altura das bancadas e fornece ferramentas com design ergonômico, é importante para diminuir o impacto físico sobre os profissionais. Além disso, assegurar uma boa iluminação e manter um ambiente de trabalho bem organizado melhora a segurança e a eficiência das operações.
O treinamento contínuo sobre práticas seguras e o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) contribui significativamente para a prevenção de lesões e o aumento do conforto dos trabalhadores. Promover pausas regulares e técnicas de gestão do estresse é importante para manter a saúde mental e a produtividade. Adotar uma abordagem proativa na identificação e mitigação dos riscos ergonômicos melhora o ambiente de trabalho e promove a integridade física e mental dos trabalhadores, resultando em um desempenho mais eficaz e seguro na manutenção elétrica em baixa tensão.
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[1] Discente do Curso de pós graduação de Engenharia Segurança do Trabalho da FASERRA.
[2] Formação: Licenciatura em Ensino de Ciências e Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática pela UFAM. e-mail: jardel.pibid@gmail.com.