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ESTUDO ANALÍTICO SOBREA RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO ENSINO MÉDIO

ESTUDO ANALÍTICO SOBREA RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO ENSINO MÉDIO

ANALYTICAL STUDY ON THE RELATIONSHIP BETWEEN THEORY AND PRACTICE OF FINANCIAL MATHEMATICS IN THE MEDIA

Lúcio Ramos Neves
Mestre em Educação pela Unilogos University International

RESUMO

A teoria da Matemática Financeira no Ensino Médio geralmente enfatiza o domínio de ferramentas matemáticas, tais como progressões aritméticas e geométricas, cálculo de taxas de juros e tabelas de amortização. No entanto, esses conceitos muitas vezes são apresentados de maneira descontextualizada, o que pode dificultar a compreensão de sua aplicabilidade prática. A contextualização é essencial para que os estudantes consigam relacionar os conteúdos matemáticos com problemas financeiros reais, como o planejamento de orçamentos, a análise de financiamentos ou a avaliação de investimentos. Desse modo, este estudo analítico tem como objetivo destacar a necessidade de repensar o ensino da Matemática Financeira no Ensino Médio, promovendo uma abordagem que integre teoria e prática. Trata-se de uma pesquisa embasada nos dados oriundos da dissertação de mestrado do aluno: Lúcio Ramos Neves, do Curso de Pós-Graduação em MestradoemEducaçãoda Unilogos University International, com o título: “ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO ENSINO MÉDIO”. O estudo foi desenvolvido numa escola da rede pública estadual de Manaus. Os sujeitos da pesquisa foram 40 alunos matriculados no último ano do Ensino Médio. Os resultados indicaram que estratégias pedagógicas que integrem métodos práticos, como estudos de caso, projetos interdisciplinares e simulações de cenários financeiros, podem aumentar o engajamento e a compreensão dos alunos. Ademais, a formação continuada dos professores também foi apontada como um fator essencial para o aprimoramento do ensino dessa disciplina, uma vez que possibilita a adoção de abordagens inovadoras e contextualizadas.

Palavras-chave: Teoria. Prática. Matemática financeira. Ensino Médio.

ABSTRACT

The theory of Financial Mathematics in high school usually emphasizes the mastery of mathematical tools, such as arithmetic and geometric progressions, calculation of interest rates and amortization tables. However, these concepts are often presented in a decontextualized manner, which can make it difficult to understand their practical applicability. Contextualization is essential for students to be able to relate mathematical content to real financial problems, such as budget planning, financing analysis or investment evaluation. Thus, this analytical study aims to highlight the need to rethink the teaching of Financial Mathematics in high school, promoting an approach that integrates theory and practice. This is a research based on data from the master’s dissertation of the student: Lúcio Ramos Neves, from the Postgraduate Course in Master’s in Education at Unilogos University International, entitled: “BETWEEN THEORY AND PRACTICE OF FINANCIAL MATHEMATICS IN HIGH SCHOOL”. The study was conducted in a public school in the state of Manaus. The research subjects were 40 students enrolled in the last year of high school. The results indicated that pedagogical strategies that integrate practical methods, such as case studies, interdisciplinary projects and simulations of financial scenarios, can increase student engagement and understanding. Furthermore, ongoing teacher training was also identified as an essential factor for improving the teaching of this subject, since it allows the adoption of innovative and contextualized approaches.

Keywords: Theory. Practice. Financial mathematics. High school.

1. INTRODUÇÃO

A Matemática Financeira é uma disciplina de extrema relevância no contexto educacional contemporâneo, sendo frequentemente apontada como uma ferramenta indispensável para a formação de indivíduos economicamente conscientes e preparados para a vida adulta.

No Ensino Médio, sua abordagem visa não apenas transmitir conceitos teóricos, mas também fomentar a aplicação prática, permitindo que os estudantes compreendam o impacto real das decisões financeiras em suas vidas cotidianas. Contudo, o distanciamento entre teoria e prática tem sido identificado como um dos principais desafios enfrentados pelos educadores ao tratar dessa disciplin (Lopes & Tyminski Junior, 2021).

Nesse sentido, este estudo analítico busca explorar essa relação, considerando aspectos pedagógicos e metodológicos que interferem na efetividade do ensino de Matemática Financeira no Ensino Médio, onde a relevância do tema encontra suporte em estudos recentes que destacam a importância da alfabetização financeira para a juventude, em um mundo cada vez mais globalizado e repleto de decisões econômicas complexas.

 De acordo com Soares Junior (2021) a educação financeira no Ensino Médio, frequentemente ancorada em fundamentos de Matemática Financeira, deve desempenhar um papel fundamental ao capacitar os estudantes a compreender conceitos como juros compostos, amortizações e aplicações financeiras. Entretanto, estudos (Araujo et al., 2021) revelam que a abordagem convencional focada unicamente em fórmulas e cálculos pode gerar uma desconexão entre o conteúdo e as realidades enfrentadas pelos alunos fora do ambiente escolar. Essa lacuna ressalta a necessidade de metodologias inovadoras que integrem teoria e prática de forma mais efetiva.

A teoria da Matemática Financeira no Ensino Médio geralmente enfatiza o domínio de ferramentas matemáticas, tais como progressões aritméticas e geométricas, cálculo de taxas de juros e tabelas de amortização. No entanto, esses conceitos muitas vezes são apresentados de maneira descontextualizada, o que pode dificultar a compreensão de sua aplicabilidade prática. A contextualização é essencial para que os estudantes consigam relacionar os conteúdos matemáticos com problemas financeiros reais, como o planejamento de orçamentos, a análise de financiamentos ou a avaliação de investimentos. Essa prática não apenas aumenta o engajamento dos estudantes, mas também contribui para o desenvolvimento de competências críticas, fundamentais em uma sociedade que exige decisões financeiras responsáveis.

Além disso, a integração de tecnologias digitais no ensino da Matemática Financeira tem se mostrado uma abordagem promissora para conectar teoria e prática. Ferramentas como simuladores financeiros, planilhas eletrônicas e aplicativos educativos podem tornar os conceitos abstratos mais tangíveis e relevantes para os estudantes. O uso de tecnologias promove uma maior interação com os conteúdos e possibilita a realização de simulações baseadas em cenários reais, o que enriquece a experiência de aprendizado e facilita a retenção do conhecimento.

Outro aspecto crítico é a formação docente. Para que os professores sejam capazes de alinhar teoria e prática de maneira eficaz, é necessário que eles estejam preparados não apenas em termos técnicos, mas também pedagógicos. Araújo et al., (2021) aponta que muitos professores ainda carecem de treinamento adequado para abordar a Matemática Financeira de forma contextualizada, o que pode limitar a capacidade de desenvolver atividades que conectem o conteúdo teórico a situações práticas. Assim, a formação continuada de professores emerge como uma estratégia fundamental para superar essa barreira e melhorar a qualidade do ensino.

Neste contexto, este estudo analítico tem como objetivo destacar a necessidade de repensar o ensino da Matemática Financeira no Ensino Médio, promovendo uma abordagem que integre teoria e prática. A adoção de metodologias ativas, aliadas ao uso de tecnologias e à capacitação docente, representa um caminho promissor para fortalecer a educação financeira e preparar os estudantes para os desafios do mundo contemporâneo.

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa embasada nos dados oriundos da dissertação de mestrado do aluno: Lúcio Ramos Neves, do Curso de Pós-Graduação em MestradoemEducaçãoda Unilogos University International, sob a orientação da Profa. Dra. Nara Pasinato, com o título: “ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO ENSINO MÉDIO”.

O estudo foi desenvolvido numa escola da rede pública estadual de Manaus. Os sujeitos da pesquisa foram 40 alunos matriculados no último ano do Ensino Médio. O método de abordagem foi a pesquisa qualitativa. O embasamento teórico foi efetivado por meio de bancos de dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações; Scientific Electronic Library Online (Scielo); Periódicos Capes; Microsoft Academic Search e HighBeam. A análise dos dados valeu-se da fundamentação teórica, também de tabelas e representações gráficas.

Foram ministradas aulas teóricas com conteúdo de matemática financeira. A aula ocorreu na própria sala de aula. Após as aulas os discentes foram convidados a responderem um questionário (Tabela 1) com 9 perguntas de natureza qualitativa sobre “A importância das aulas de matemática financeira para os alunos do Ensino Médio”. O questionário foi elaborado baseado nas dificuldades mais frequentes e gerais dos discentes no aprendizado da disciplina de matemática financeira. Na aula teórica os alunos selecionados, 40 no total, assistiram um vídeo sobre matemática financeira e logo em seguida foi ministrada aula referente ao vídeo assistido.

Quanto às aulas práticas, elas foram realizadas em quatro setores do comércio: quatro supermercados que vendem produtos alimentícios, quatro lojas de materiais de construções, quatro livrarias de materiais escolares, quatro lojas de eletrodomésticos. A pesquisa serviu como ferramenta para que os discentes pudessem verificar na prática os juros ou descontos aplicados nos preços dos produtos negociados a prazo ou à vista.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio dos resultados, pode-se observar que os alunos enfrentam dificuldades no aprendizado do conteúdo de matemática. É provável que tais dificuldades estejam na ausência de experimentações nas aulas, bem como na falta de preparo dos educadores.

Após as aulas teóricas foi elaborado um questionário com nove (9) questões fechadas, com a finalidade de verificar o grau de conhecimento dos alunos sobre a matemática financeira, as respostas dos discentes foram dispostas na Tabela 1 e no Gráfico 1:

Tabela 1. Importância das aulas de matemática financeira

PerguntaSimNão
Você sabe por que a matemática financeira é importante na vida das pessoas?1822
Você tem dificuldade na matéria de matemática?2218
A pesquisa abordada é importante para os alunos?2812
Existe um bom relacionamento entre o professor de matemática e os alunos?382
As aulas teóricas são bem absorvidas pelos alunos?1030
As aulas práticas acontecem com frequência na escola?931
As aulas práticas podem fornecer benefícios para o aluno?733
Na aula prática você aprende mais rápido do que na aula teórica?1228
Você considera importante estudar a matemática financeira?1228

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Gráfico 1. Importância das aulas de matemática financeira.

No Gráfico 1, nota-se que houve diferença no percentual em relação à opinião dos alunos sobre a importância das aulas de matemática financeira na escola. De acordo com os resultados da pesquisa, 70% têm dificuldades na matéria de matemática; a mesma porcentagem (70%) responderem que não sabe porque a matemática financeira é importante na vida das pessoas, mas acham que é importante para os estudantes; 95% tem um bom relacionamento com o professor de matemática; 75% não absorvem bem as aulas teóricas; 77% afirmaram que as aulas práticas não acontecem com frequência na escola; 82% consideram que as aulas práticas não fornecem benefícios para o aluno; 70% não aprende mais rápido na prática do que na aula teórica.

Verifica-se que os 70% dos alunos que têm dificuldades na matemática está de acordo com as estatísticas preocupantes relativas ao ensino e aprendizagem dessa matéria nas escolas brasileiras. Tal tribulação frequentemente acarreta uma sensação de desencanto do estudante, por não entender a Matemática, causando embaraços no aprendizado e por conseguinte odiosidade a mesma, como garantem Schwanz; Felcher (2020), os professores de matemática detectam na voz do aluno que ela é tida como amoladora e emblemática, mística, que assombra e causa pânico e, consequentemente, o educando sente temor da sua falta de facilidade por não aprendê-la, viabilizando um bloqueio, uma animosidade contra a matemática.

Um percentual de 70% também foi registrado entre os que desconhecem a utilidade da matemática financeira. Araújo (2009), ao acastelar o valor da alfabetização financeira nas escolas, ainda exibe clara inquietação com tais motes. A educação financeira deve colaborar para a ótica da formação de cidadãos capacitados. Assim, diz que “educar o consumidor é educar o cidadão, e a escola tem a função histórica e social nesta direção” (ARAÚJO, 2009, p. 145).

Conforme pesquisa 95% dos alunos têm bom relacionamento com o professor de matemática. Segundo Siqueira (2003), a interação professor-aluno é um debate imprescindível na área da educação, porquanto é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, é uma das variáveis decisivas para que aconteça o processo educacional.

Nas aulas teóricas, 75% dos discentes não absorvem bem os conteúdos de matemática. Na opinião de Ghelli et al. (2015), há primordialidade de emprego de metodologias de ensino apoiada em ferramentas didáticas e pedagógicas para conferir conteúdos matemáticos aos alunos, motivando-os mais e mais, permitindo assim a consumação de uma verificação que consinta ao aluno ter acesso a conteúdo matemático assimiláveis e inteligíveis.

Para 77% dos alunos as aulas práticas não acontecem com frequência na escola. No entendimento de Dutra (2010), a teoria e prática precisam agregar um todo holístico, singular, não podendo haver predomínio de um método sobre o outro, necessitando, portanto, haver uma harmonia, um equilíbrio, já que é na prática que a teoria tem sua fonte de aplicabilidade e desenvolvimento, é na teoria que a prática busca seus fundamentos de existência. 82% consideram que as aulas práticas não fornecem benefícios para o aluno e 70% não aprende mais rápido na prática do que na aula teórica. De acordo com Demo (2011, p.9): “a aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora do conhecimento, não sai do ponto de partida, e, na prática, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instrução. Vira treinamento”.

Para Alves (2016), a matemática financeira além de servir como suporte para as demais séries, ela desenvolve nos discentes o pensamento lógico, o olhar crítico sobre os conceitos construídos, além de envolver o que é aprendido com o dia a dia.

Após as aulas teóricas, os discentes formaram 4 (quatro) grupos com 10 (dez) componentes, com o objetivo de fazerem o levantamento de preços dos produtos pertencentes aos seguimentos: supermercado, construção civil, livrarias e eletrodomésticos. A pesquisa serviu como ferramenta para as aulas práticas, na pesquisa os discentes constataram como os juros e/ou descontos são aplicados nos produtos negociados à prazo ou à vista, também serviu para fazer uma comparação de preços entre as empresas do mesmo seguimento. A seguir tem-se os resultados desse levantamento de pesquisa:

Gráfico 2 – Análises dos diferentes preços dos produtos alimentícios.

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

         Gráfico 3. Diferentes preços Fonte: Dados da pesquisa, 202

 Gráfico 4 – Diferentes preços de materiais escolares 

 Fonte:  Dados da pesquisa (2024).

Gráfico 5 – Diferentes preços dos eletrodomésticos 

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

Os Gráficos 2, 3, 4 e 5 apresentam a observação dos alunos em relação às discrepâncias nos preços das mercadorias entre os diversos estabelecimentos comerciais. Esses gráficos são resultâncias da pesquisa aplicada nos diferentes seguimentos: supermercado, construção civil, livrarias e eletrodomésticos.

Após o levantamento de preços, foi aplicado o segundo questionamento sobre “Avaliação após a aplicação das aulas práticas” (Apêndice V), o inquérito teve o desígnio de fazer uma estimativa dos alunos, fazendo comparações entre o antes e depois da aula prática, constatando a medida de compreensão da aula prática para os alunos e ter ciência da metodologia mais apropriada para a inteligibilidade dos alunos no que tange à matemática financeira, no Ensino Médio.

AVALIAÇÃO DOS ALUNOS, COMPARANDO O ANTES E DEPOIS DA AULA PRÁTICA

Após as aulas teóricas e as aulas práticas, onde foi possível constatar os preços das mercadorias, in loco, de quatro setores do comércio sendo: quatro supermercados, quatro lojas de materiais de construções, quatro livrarias e quatro lojas de eletrodomésticos, os discentes responderam um questionário com 8 (oito) perguntas fechadas sobre “Avaliação dos alunos: uma comparação do antes e depois das aulas práticas”, onde ficou constatado:

        Tabela 2. Avaliação dos alunos: uma comparação do antes e depois das aulas práticas.

PerguntaSimNãoTalvez
Hoje, você sabe da importante da Matemática Financeira na vida dos indivíduos?4000
O projeto que você participou contribuiu para o ensino da matemática financeira?3901
Você gostaria que essa forma de ensinar fosse inserida nas aulas de Matemática mais vezes?3802
As atividades de pesquisas realizadas contribuíram para um novo olhar a respeito do seu planejamento financeiro?3901
Depois dessa aula você compraria um objeto sem antes verificar as vantagens de comprar à vista ou a prazo?0391
Você compraria um produto sem antes comparar os preços em outras lojas?5305
Depois de discutir sobre compra à vista ou a prazo, você mudaria seus hábitos?3901
Na sua opinião a Matemática Financeira deve ser ministrada nas séries iniciais, para que o aluno, na fase adulta, não tenha dificuldades na hora de comprar um objeto?4000

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

Fonte:: Dados da pesquisa (2024).

Constata-se no Gráfico 6 que a matemática financeira nas escolas se exibe como uma tática basilar para amparar as pessoas. Discentes e docentes financeiramente educados podem transformarem-se em cidadãos progressivamente independentes no que tange a suas finanças e menos propensos a adquirirem dívidas descomedidas, menos sujeitos a fraudes e situações perigosas que causem danos não somente à sua própria dignidade de vida como a de terceiros (ENEF, 2005).

No cenário escolar, a Educação Financeira interage profundamente com a Matemática dado que esta possibilita mensurar e produzir bens monetários envoltos em operações comerciais e financeiras. Mais designadamente, é através dos conteúdos de Matemática Financeira que essa relação se manifesta com maior pertinência (CAMPOS et al., 2015).

O resultado deste gráfico mostrou que os alunos participantes da pesquisa ficaram mais esclarecidos quanto às suas finanças, despertando a vontade de aprender, apresentaram mais consciência na hora de comprar um objeto, artigo, produto ou mercadoria.

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

Fazendo uma comparação entre o antes (Gráfico 1) e depois (Gráfico 6), notaremos o quanto foi positivo as aulas práticas executadas nos estabelecimentos comerciais. Essa positividade é confirmada quando se compara as respostas dos discentes (Gráfico 7): 70% dos alunos não sabiam porque a matemática financeira era importante na vida das pessoas; 30% não consideravam a pesquisa abordada importante para eles; 82% consideravam que as aulas práticas não forneciam benefícios para os alunos; 70% não considerava importante estudar matemática financeira.

Após as aulas práticas os resultados mostraram que houve diferença positiva no percentual, entre as questões respondidas (Gráfico 7): 100% responderam que sabem da importância da matemática financeira. Baseado no resultado da pesquisa, tem-se a certeza de que a aula prática pode ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para os problemas complexos; 97,50% acredita que o projeto contribuiu para o ensino da matemática financeira; as aulas práticas servem de estratégia e podem auxiliar o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um mesmo tema para que a satisfação sentida pelos estudantes possa ser repassada para outros alunos que necessitam de uma melhor compreensão da matemática financeira; 97,50% dos alunos acham que aulas práticas contribuíram para o ensino da matemática financeira e um percentual de 95% gostaria que as aulas práticas fossem inseridas na escola. Solucionar problemas demanda do educador de matemática a colocação do educando frente a díspares cenários.

O professor deve motivá-los a raciocinar por eles próprios, edificando suas próprias conjecturas, discutindo-as com seus colegas e com o professor num diálogo contínuo. A matemática financeira particularmente, por ser uma das áreas menos atraente da matemática, requer do professor uma dedicação e uma criatividade extraordinárias, característica daqueles que não apenas amam e dominam a matemática, mas sentem prazer em ensiná-la enfrentando os desafios conhecidos dessa missão no Brasil.

Para Lima et al. (2017), o sistema educacional deve facilitar a utilização de aulas práticas pelos docentes, garantindo que seja reservado na carga horária desses professores um espaço para planejamento e organização da mesma. Além disso, a diminuição de alunos por turma é outra medida a ser tomada, pois uma turma com muitos alunos impossibilita a realização dessa atividade.

Segundo Sousa; Santos (2015), a Matemática Financeira tem grande importância na vida dos cidadãos, mas infelizmente grande parte dos professores da educação básica prioriza outros conteúdos, que julgam mais importantes, e acaba não trabalhando a mesma com seus alunos. 

Junior; Jurkiewicz (2013) constataram em suas pesquisas que os alunos se interessam pelo tema, aprendem e aprimoram conceitos matemáticos, geralmente já ensinados, utilizando naturalmente temas de outras disciplinas para compreender os cenários apresentados, inseridos em contextos financeiros e econômicos, e experimentam situações em que podem pensar no dinheiro de ontem, de hoje e do futuro.

Para construir uma sociedade consciente, capaz de reconhecer e interferir no seu cotidiano seria interessante a aplicação de conteúdos relacionados as finanças desde as séries iniciais até o Ensino Médio, envolvendo os alunos em situações do seu interesse. Dessa forma, estando o cidadão educado financeiramente desde o início de sua formação escolar, torna-se mais fácil a realização de um planejamento e análise financeira que auxiliam a sua sustentabilidade.

A avaliação deve ser tratada como estratégia de ensino, de promoção do aprendizado da Matemática, assumindo um caráter eminentemente formativo, favorecedor do progresso pessoal e da autonomia do aluno, integrado aos processos de ensino e aprendizagem, para permitir ao aluno compreensão de seu próprio caminhar em relação ao conhecimento e, ao professor, controlar e melhorar sua prática pedagógica. Os conteúdos de aprendizagem devem abranger os domínios dos conceitos, das capacidades e das atitudes, sendo o objeto da avaliação o progresso do aluno em todos estes domínios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo abordou a relação entre a teoria e a prática da Matemática Financeira no Ensino Médio em uma escola de Manaus, com o objetivo de identificar como os conceitos teóricos dessa disciplina podem ser efetivamente aplicados à realidade dos alunos. A pesquisa revelou que, apesar da relevância da Matemática Financeira no contexto cotidiano, muitos estudantes enfrentam dificuldades para compreender e conectar os conteúdos apresentados em sala de aula com situações práticas, como planejamento financeiro pessoal, cálculo de juros e tomada de decisões econômicas.

Os resultados indicam que estratégias pedagógicas que integrem métodos práticos, como estudos de caso, projetos interdisciplinares e simulações de cenários financeiros, podem aumentar o engajamento e a compreensão dos alunos. Ademais, a formação continuada dos professores também foi apontada como um fator essencial para o aprimoramento do ensino dessa disciplina, uma vez que possibilita a adoção de abordagens inovadoras e contextualizadas.

Em suma, a pesquisa destaca a importância de alinhar o ensino da Matemática Financeira com as vivências dos alunos, promovendo uma aprendizagem significativa e aplicável. Esse alinhamento contribui não apenas para a formação acadêmica, mas também para o desenvolvimento de competências críticas e práticas essenciais para a cidadania financeira. Recomenda-se, portanto, que novas investigações sejam realizadas, ampliando a análise para outras escolas e contextos, a fim de fortalecer as práticas pedagógicas na área.

REFERÊNCIAS

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ARAÚJO, R. M. B. Alfabetização econômica: compromisso social na educação das crianças. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2009.

CAMPOS, C.R.; TEIXEIRA, J.; COUTINHO, C.Q.S. Reflexões sobre a educação financeira e suas interfaces com a educação matemática e a educação crítica. Educação Matemática em Pesquisa, v.17, n.3, p.556-577, 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/ 25671. Acesso em: 25 Mar. de 2019.

CAMPOS, C.R.; TEIXEIRA, J.; COUTINHO, C.Q.S. Reflexões sobre a educação financeira e suas interfaces com a educação matemática e a educação crítica. Educ. Matem. Pesq., v.17, n.3, p.556-577, 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/emp/article/viewFile/25671/pdf. Acesso em: 30 Jun. de 2024.

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SIQUEIRA, D.C.T. Relação Professor-Aluno: uma revisão crítica. Universidade São Judas Tadeu. Ano IX, n.33. p. 97-101, 2003. Disponível em: https://www.ustj.br>produtos_academicos. Acesso em: 30 Jun. de 2024. SOUZA, J.; SANTOS, A. G. A matemática financeira como instrumento articulador de uma educação matemática crítica. I Congresso de Inovação Pedagógica em Arapiraca. Alagoas, 2015. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/cipar/article/view/1896/1395. Acesso em: 08 Abr. de 2024.

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