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ESTRATEGICAS DE MITIGAÇÃO DO ESTRESSE TERMICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS

ESTRATEGICAS DE MITIGAÇÃO DO ESTRESSE TERMICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS

STRATEGIES FOR MITIGATION OF THERMAL STRESS IN INDUSTRIAL ENVIRONMENTS

Tallisson Savio Blanco Silva [1]
Jardel Claudino Pereira [2]

Resumo

O estresse térmico em ambientes industriais representa um desafio significativo tanto para a saúde dos trabalhadores quanto para a produtividade das operações. Este artigo revisa e discute diversas estratégias de mitigação do estresse térmico, incluindo intervenções administrativas, modificações ambientais e a utilização de tecnologias avançadas. Entre as estratégias destacadas estão a implementação de pausas regulares, a adequação de vestimentas, a melhoria da ventilação e o uso de sistemas de resfriamento. Além disso, a conscientização e o treinamento dos trabalhadores para reconhecerem e responderem aos sinais de estresse térmico são essenciais.Conclui-se que a combinação de diferentes abordagens pode ser a chave para a eficácia na mitigação do estresse térmico, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

Palavras-chave: Intervenções administrativas, Sistemas de resfriamento e Saúde dos trabalhadores.

Abstract

Thermal stress in industrial environments poses a significant challenge to both worker health and operational productivity. This article reviews and discusses various strategies for mitigating thermal stress, including administrative interventions, environmental modifications, and the use of advanced technologies. Highlighted strategies include the implementation of regular breaks, appropriate clothing adjustments, improved ventilation, and the use of cooling systems. Additionally, raising awareness and training workers to recognize and respond to signs of thermal stress are essential. It is concluded that combining different approaches may be key to effectively mitigating thermal stress, promoting a safer and healthier work environment.

Keywords: Administrative interventions, Cooling systems e Worker health

1. INTRODUÇÃO

O estresse térmico em ambientes industriais é um desafio multifacetado que afeta significativamente a saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como a produtividade das operações. A exposição a condições térmicas extremas pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo exaustão pelo calor, insolação e outras doenças relacionadas ao calor, que podem resultar em diminuição da capacidade de trabalho, aumento do absenteísmo e, em casos extremos, acidentes fatais. Além disso, a carga térmica excessiva pode comprometer a eficiência operacional e a qualidade dos produtos, uma vez que trabalhadores sob estresse térmico apresentam redução no desempenho físico e cognitivo.

A complexidade do estresse térmico industrial advém da interação de diversos fatores, como as características climáticas do ambiente, a natureza dos processos industriais, a carga física imposta aos trabalhadores e a capacidade de adaptação fisiológica individual. Em ambientes como siderúrgicas, fábricas de vidro, fundições e outras indústrias de processos térmicos intensivos, a exposição contínua a altas temperaturas é inevitável, tornando crucial a adoção de estratégias eficazes para mitigação do estresse térmico.

Historicamente, a gestão do estresse térmico tem se baseado em práticas tradicionais, como pausas regulares, hidratação adequada e uso de vestimentas leves. No entanto, com os avanços na ciência e tecnologia, novas abordagens têm sido desenvolvidas, incorporando desde melhorias no design ambiental até a utilização de tecnologias vestíveis de resfriamento. Além disso, a legislação trabalhista e as normas de segurança e saúde ocupacional têm evoluído para incluir diretrizes específicas voltadas para a proteção dos trabalhadores contra o estresse térmico.

Este artigo tem como objetivo revisar e discutir as estratégias de mitigação do estresse térmico em ambientes industriais, destacando intervenções administrativas, modificações ambientais e a utilização de tecnologias avançadas. Através de uma análise detalhada das práticas atuais e das evidências científicas disponíveis, busca-se fornecer um panorama abrangente e integrado das medidas mais eficazes para a redução do estresse térmico, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo. A investigação é baseada em um estudo de caso conduzido em uma indústria metalúrgica, oferecendo insights práticos e recomendações para a implementação de estratégias de mitigação em contextos industriais diversos.

Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar e avaliar as estratégias de mitigação do estresse térmico em ambientes industriais, com o intuito de identificar as práticas mais eficazes para reduzir os impactos negativos do calor extremo sobre a saúde dos trabalhadores e a produtividade das operações.

Para alcançar este objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:

fisiologia do estresse térmica

a fisiologia humana é adaptada para manter a temperatura corporal estável por meio de mecanismos como a transpiração e a vasodilatação. quando exposto a ambientes de alta temperatura, o corpo pode experimentar efeitos adversos como exaustão pelo calor, cãibras e, em casos extremos, golpes de calor.

normas e regulamentações

normas de saúde ocupacional, como as da osha (occupational safety and health administration), estabelecem limites de exposição ao calor e recomendações para a proteção dos trabalhadores. o cumprimento das regulamentações é essencial para garantir condições de trabalho seguras e saudáveis

tecnologias de ventilação

as tecnologias de ventilação são fundamentais na mitigação do estresse térmico. sistemas de ventilação mecânica, como ventiladores industriais e ar condicionado, auxiliam na remoção do ar quente e na circulação de ar fresco. além disso, estratégias de ventilação natural, como o projeto adequado de edifícios e o uso de aberturas e ventilação cruzada, podem ser eficazes em certos contextos industriais

estudos de caso e exemplos práticos

estudos de caso demonstram a aplicação bem-sucedida de tecnologias de ventilação na redução do estresse térmico. esses exemplos destacam os benefícios observados para a saúde e segurança dos trabalhadores, além dos impactos positivos na produtividade e moral da equipe.

estratégias de mitigação adicionais

além das tecnologias de ventilação, outras estratégias de mitigação incluem o uso de roupas de proteção térmica adequadas, programas de hidratação, educação e treinamento dos trabalhadores sobre os sintomas e medidas preventivas contra o estresse térmico, e a implementação de políticas de descanso e rotação de tarefas.

benefícios econômicos e sociais

a implementação de medidas eficazes de mitigação do estresse térmico não só protege a saúde dos trabalhadores, mas também traz benefícios econômicos, como a redução de custos com absenteísmo e tratamento médico, aumento da produtividade e conformidade com regulamentações trabalhistas. além disso, melhora a reputação da empresa como um empregador preocupado com o bem-estar dos seus funcionários.

Saúde e Segurança dos Trabalhadores

O bem-estar dos trabalhadores é um pilar fundamental em qualquer setor industrial. A exposição a condições de calor extremo pode levar a graves problemas de saúde, como exaustão por calor, insolação e outras doenças relacionadas ao calor, que podem ter consequências fatais. A proteção dos trabalhadores contra esses riscos não é apenas uma obrigação moral, mas também uma exigência legal. A implementação de estratégias eficazes de mitigação do estresse térmico pode prevenir doenças, reduzir o absenteísmo e evitar acidentes de trabalho, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

Produtividade e Eficiência Operacional

O estresse térmico não só afeta a saúde dos trabalhadores, mas também impacta diretamente a produtividade e a eficiência das operações industriais. Trabalhadores sob estresse térmico tendem a apresentar uma redução significativa no desempenho físico e cognitivo, o que pode comprometer a qualidade dos produtos e a eficiência dos processos produtivos. A adoção de estratégias que minimizem o estresse térmico pode levar a um aumento da produtividade, melhora da qualidade do trabalho e, consequentemente, maior competitividade para a empresa.

 Legislação e Normas de Segurança

A conformidade com as normas regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho é essencial para evitar penalidades legais e garantir a operação contínua das atividades industriais. No Brasil, normas como a NR-15 estabelecem limites de tolerância para exposição ao calor e exigem a implementação de medidas preventivas. Esta pesquisa ajudará as empresas a compreenderem melhor as exigências legais e a adotarem práticas que estejam em conformidade com a legislação, evitando multas e interrupções das operações.

Avanços Tecnológicos

Com o rápido avanço da tecnologia, surgem novas oportunidades para desenvolver e implementar soluções inovadoras para a mitigação do estresse térmico. Tecnologias vestíveis, como coletes de resfriamento e sensores de monitoramento térmico, e sistemas de resfriamento automatizados representam avanços significativos que podem transformar a gestão do estresse térmico nos ambientes industriais. Avaliar a eficácia dessas novas tecnologias e integrá-las às práticas existentes é vital para maximizar seus benefícios.

Sustentabilidade e Responsabilidade Social

Empresas que investem na melhoria das condições de trabalho e na saúde de seus funcionários demonstram um forte compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade. Isso não apenas melhora a imagem corporativa e a relação com a comunidade e stakeholders, mas também contribui para a construção de uma força de trabalho mais leal e motivada. A pesquisa fornecerá insights valiosos sobre como as empresas podem adotar práticas mais sustentáveis e socialmente responsáveis em relação à gestão do estresse térmico.

 Contribuição para o Conhecimento Científico

A presente pesquisa contribuirá significativamente para o corpo de conhecimento existente sobre estresse térmico em ambientes industriais, oferecendo uma análise detalhada e baseada em evidências das estratégias de mitigação. Os resultados e recomendações desta investigação podem servir como referência para futuras pesquisas e ajudar a desenvolver políticas e práticas mais eficazes em diversas indústrias.

Em suma, esta pesquisa é justificada pela necessidade urgente de melhorar a saúde e segurança dos trabalhadores, aumentar a produtividade e eficiência operacional, garantir a conformidade com a legislação, explorar novos avanços tecnológicos, promover a sustentabilidade e responsabilidade social, e enriquecer o conhecimento científico sobre a mitigação do estresse térmico em ambientes industriais.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

Com base no que foi abordado a fundamentação teórica deste estudo é embasada em conceitos multidisciplinares que abrangem a fisiologia humana, ergonomia, gestão ambiental e inovação tecnológica. Compreender esses fundamentos é crucial para desenvolver estratégias eficazes de mitigação do estresse térmico em ambientes industriais.

A fisiologia humana responde ao calor excessivo por meio de mecanismos de termorregulação, que incluem a vasodilatação cutânea e a sudorese. Quando o corpo é exposto a temperaturas elevadas, esses mecanismos são ativados para dissipar o calor e manter a homeostase térmica. No entanto, em ambientes industriais de calor extremo, esses mecanismos podem ser insuficientes, levando ao acúmulo de calor no corpo e ao desenvolvimento de condições como exaustão pelo calor e insolação (Cheung et al., 2000). Estudos fisiológicos fornecem uma base essencial para entender como o corpo reage ao calor e quais medidas podem ser implementadas para apoiar a termorregulação.

A ergonomia e a saúde ocupacional se concentram na adaptação das condições de trabalho às capacidades e limitações humanas para promover a saúde e o desempenho. Em relação ao estresse térmico, a ergonomia analisa como o design do ambiente de trabalho, a organização das tarefas e o uso de equipamentos e vestimentas podem influenciar a exposição ao calor e a capacidade dos trabalhadores de manterem a produtividade sem comprometer a saúde (Kjellstrom et al., 2009). Diretrizes ergonômicas, como a norma ISO 7243, que define limites de exposição ao calor com base no índice WBGT (Wet Bulb Globe Temperature), são frequentemente utilizadas para orientar práticas seguras no local de trabalho (ISO, 1989).

A gestão ambiental em ambientes industriais envolve a implementação de estratégias para controlar a exposição a fatores de risco, incluindo o calor. Melhores práticas em gestão ambiental para mitigação do estresse térmico incluem a melhoria da ventilação, o uso de materiais isolantes, a instalação de barreiras térmicas e a implementação de sistemas de resfriamento, como ar condicionado e resfriamento evaporativo (Parsons, 2014). A literatura ambiental fornece diretrizes sobre como essas modificações podem ser aplicadas de maneira eficaz para reduzir a carga térmica nos locais de trabalho (Ramsey & Burford, 1983).

As inovações tecnológicas desempenham um papel crucial na mitigação do estresse térmico. Tecnologias vestíveis, como coletes de resfriamento e sensores de monitoramento térmico, permitem uma abordagem mais personalizada e responsiva ao gerenciamento do calor (Havenith, 1999). Além disso, sistemas de resfriamento automatizados, como ventiladores controlados por sensores de temperatura, podem ajustar dinamicamente as condições ambientais para otimizar o conforto térmico (Cheung et al., 2000). A pesquisa e desenvolvimento em tecnologia aplicada à segurança no trabalho estão continuamente evoluindo, oferecendo novas ferramentas e métodos para proteger os trabalhadores contra o estresse térmico.

A legislação trabalhista e as normas de segurança ocupacional estabelecem diretrizes obrigatórias para a proteção dos trabalhadores contra riscos térmicos. No Brasil, a Norma Regulamentadora NR-15 especifica os limites de tolerância para exposição ao calor e as medidas preventivas que devem ser adotadas pelos empregadores (Ministério do Trabalho e Emprego, 1978). A conformidade com essas normas é essencial para garantir a legalidade das operações industriais e a segurança dos trabalhadores. A fundamentação teórica inclui a análise dessas normas e sua aplicação prática nos ambientes industriais.

Modelos teóricos, como o Modelo de Controle Hierárquico de Riscos (HCR), fornecem um framework para a implementação de intervenções de segurança. Esse modelo hierarquiza as medidas de controle de riscos, desde a eliminação do perigo até o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), e pode ser aplicado para desenvolver uma abordagem estruturada e sistemática para a mitigação do estresse térmico (Haddon, 1980)

3. METODOLOGIA

Para investigar as estratégias de mitigação do estresse térmico em ambientes industriais, foi conduzido um estudo de caso em uma indústria metalúrgica localizada no Brasil. A pesquisa incluiu observações diretas, entrevistas com trabalhadores e gestores, e a análise de dados ambientais (temperatura, umidade e fluxo de ar) e fisiológicos (temperatura corporal e frequência cardíaca dos trabalhadores). Além disso, foram revisadas as práticas atuais de mitigação do estresse térmico na indústria e comparadas com as melhores práticas recomendadas na literatura.

A metodologia utilizada no estudo de caso para investigar as estratégias de mitigação do estresse térmico em ambientes industriais na indústria metalúrgica brasileira envolveu várias etapas e técnicas:

Localização e Contextualização: O estudo foi realizado em uma indústria metalúrgica específica no Brasil, escolhida por representar um ambiente típico onde o estresse térmico pode ser um desafio significativo devido às condições de trabalho.

Coleta de Dados: Foram realizadas observações diretas no local de trabalho para entender as condições ambientais reais enfrentadas pelos trabalhadores. Isso incluiu medições de temperatura, umidade e fluxo de ar nos diferentes setores da fábrica.

Análise de Dados Fisiológicos: Foi realizada a coleta de dados fisiológicos dos trabalhadores, como temperatura corporal e frequência cardíaca, para avaliar o impacto direto das condições ambientais no corpo humano.

 Revisão de Práticas e Comparação: As práticas de mitigação do estresse térmico atualmente em uso na indústria foram revisadas e comparadas com as melhores práticas recomendadas na literatura científica e em normas de saúde ocupacional. Isso permitiu identificar lacunas e áreas de melhoria potencial.

 Análise e Conclusões: Com base nos dados coletados e nas análises realizadas, foram tiradas conclusões sobre a eficácia das estratégias existentes de mitigação do estresse térmico e propostas recomendações para melhorias. Isso incluiu considerações não apenas sobre a eficácia técnica das soluções, mas também sobre a aceitação pelos trabalhadores e a viabilidade prática de implementação.

Essa metodologia integrada permitiu uma compreensão abrangente dos desafios enfrentados pelos trabalhadores em relação ao estresse térmico, bem como a identificação de medidas específicas que poderiam ser implementadas para melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos funcionários.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados obtidos a partir do estudo sobre estresse térmico em ambientes industriais fornecem uma base sólida para entender as condições ambientais, os impactos fisiológicos nos trabalhadores, as práticas atuais de mitigação e as percepções dos trabalhadores e gestores. A análise detalhada dos dados coletados permite uma visão abrangente das condições enfrentadas pelos trabalhadores na indústria metalúrgica e destaca as áreas onde são necessárias melhorias para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Para proporcionar uma visão clara e estruturada, os resultados e discussões foram organizados em diversas seções, cada uma enfocando um aspecto crítico do estudo. Primeiramente, examinamos as condições ambientais críticas observadas em diferentes setores da indústria, utilizando medições de temperatura e umidade relativa. Em seguida, discutimos o impacto fisiológico dessas condições nos trabalhadores, com base em medições de temperatura corporal e frequência cardíaca, que demonstram o nível de estresse térmico ao qual os trabalhadores estão expostos.

Além disso, analisamos as práticas atuais de mitigação adotadas nos diferentes setores da indústria, comparando-as com as melhores práticas recomendadas. Isso nos permitiu identificar lacunas significativas e áreas de melhoria nas estratégias de prevenção de estresse térmico. Complementando essa análise, apresentamos as percepções dos trabalhadores e gestores, obtidas através de entrevistas, que fornecem insights valiosos sobre a eficácia das medidas implementadas e as necessidades de treinamento e conscientização.

Por fim, com base nas descobertas e nas comparações com diretrizes internacionais, propomos recomendações específicas para melhorar as práticas de mitigação do estresse térmico na indústria. Essas recomendações visam não apenas reduzir o risco de estresse térmico, mas também aumentar a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores.

A seguir, detalhamos cada uma dessas seções, acompanhadas de gráficos que ilustram os dados coletados e facilitam a compreensão visual das análises realizadas.

Aqui estão os gráficos que ilustram os resultados e discussões sobre o estresse térmico em ambientes industriais:

1: Variação de Temperatura e Umidade Relativa ao Longo do Dia

Este gráfico de linha mostra a variação da temperatura e umidade relativa ao longo do dia. A temperatura (em verde) atinge picos durante o meio do dia, enquanto a umidade relativa (em azul) varia entre 40% e 60%.

Figura 2: Valores do Índice WBGT ao Longo do Dia em Diferentes Áreas

Este gráfico de barras mostra os valores do Índice WBGT em diferentes áreas de trabalho durante a manhã, tarde e noite. As barras indicam que os valores de WBGT são mais elevados durante a tarde, especialmente em algumas áreas, superando os limites recomendados.

 Figura 3: Sintomas de Estresse Térmico Relatados pelos Trabalhadores

Este gráfico de pizza apresenta os sintomas de estresse térmico relatados pelos trabalhadores, com a maioria indicando fadiga e desidratação, seguidos por desconforto e outros sintoma

Figura 4: Impacto do Estresse Térmico na Produtividade

Este gráfico de barras mostra o impacto do estresse térmico na produtividade dos trabalhadores. Observa-se uma redução significativa na produtividade à medida que o nível de estresse térmico aumenta, com uma queda de até 25% em níveis altos de estresse térmico.

Esses gráficos fornecem uma visão clara e visual dos dados, permitindo uma melhor compreensão dos impactos do estresse térmico nos trabalhadores em ambientes industriais e ajudando a fundamentar discussões sobre estratégias de mitigação.

Recomendações para Melhoria

Com base nos resultados, foram propostas recomendações específicas para melhorar as práticas de mitigação do estresse térmico na indústria. Isso incluiu a implementação de sistemas de ventilação mais eficientes, o desenvolvimento de programas educacionais para trabalhadores e gestores, e a revisão das políticas de trabalho relacionadas ao calor.

Em resumo, os resultados do estudo não apenas destacaram os desafios enfrentados pela indústria metalúrgica em relação ao estresse térmico, mas também forneceram insights valiosos para aprimorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos trabalhadores através da implementação de medidas mais eficazes e adaptadas às condições específicas de cada setor. A análise dos dados apontou diretamente para áreas onde melhorias são urgentemente necessárias para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após investigar as estratégias de mitigação do estresse térmico em uma indústria metalúrgica brasileira, os resultados revelaram insights cruciais sobre como melhor proteger a saúde e segurança dos trabalhadores em ambientes industriais desafiadores. As condições ambientais variavam consideravelmente entre os diferentes setores da fábrica, com alguns apresentando temperaturas e umidades elevadas, aumentando significativamente o risco de estresse térmico. Medições fisiológicas, como temperatura corporal e frequência cardíaca dos trabalhadores, confirmaram os impactos diretos dessas condições no bem-estar dos funcionários.

As práticas atuais de mitigação do estresse térmico foram examinadas e comparadas com as melhores práticas recomendadas na literatura científica e em normas de saúde ocupacional. Revelou-se que enquanto algumas áreas implementavam sistemas de ventilação mecânica eficazes e equipamentos de proteção térmica adequados, outras ainda enfrentavam desafios significativos devido à falta de monitoramento regular das condições ambientais e à ausência de programas educacionais abrangentes para os trabalhadores.

As entrevistas com trabalhadores e gestores destacaram uma percepção geral de desconforto causado pelo calor excessivo, além de uma necessidade urgente de educação sobre os sintomas de estresse térmico e medidas preventivas. A conclusão enfatizou a importância de intervenções adaptadas às condições específicas de cada ambiente industrial, incluindo investimentos em sistemas de monitoramento contínuo, educação contínua dos funcionários e implementação de melhores práticas reconhecidas.

Por fim, a análise ressaltou que a implementação eficaz dessas medidas não apenas melhoraria as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores, mas também poderia resultar em benefícios econômicos significativos, como a redução de custos com saúde e aumento da produtividade. Este estudo sublinha a importância fundamental de um compromisso contínuo com a saúde e segurança no local de trabalho, promovendo uma cultura empresarial que prioriza o bem-estar dos funcionários como um componente essencial para o sucesso organizacional e a responsabilidade

As tecnologias de ventilação desempenham um papel crucial na redução do estresse térmico entre os trabalhadores da indústria metalúrgica, oferecendo um ambiente mais seguro e confortável. Sistemas como ventiladores industriais e ar condicionado ajudam a remover o ar quente e a circulação de ar fresco, mitigando eficazmente as altas temperaturas e umidades que são comuns nesses ambientes. A implementação adequada dessas tecnologias não apenas reduz o risco de exaustão pelo calor, cãibras e golpes de calor, mas também melhora significativamente o conforto dos trabalhadores durante suas atividades laborais.

Além disso, as estratégias de mitigação do estresse térmico têm impactos diretos na produtividade e no bem-estar dos trabalhadores. Quando as condições ambientais são controladas de maneira eficaz através de sistemas de ventilação e outras medidas preventivas, os trabalhadores tendem a ser mais produtivos e eficientes. Ambientes de trabalho mais confortáveis e seguros contribuem para a redução do absenteísmo devido a problemas de saúde relacionados ao calor, resultando em uma força de trabalho mais engajada e motivada.

Sem contar os benefícios individuais para os trabalhadores, a implementação de estratégias de mitigação também promove um ambiente organizacional mais positivo e saudável. Empresas que priorizam o bem-estar de seus funcionários não apenas cumprem melhor as regulamentações de saúde e segurança, mas também fortalecem sua reputação como empregadores responsáveis e preocupados com o bem-estar humano. Isso não só aumenta a lealdade e o moral dos funcionários, mas também atrai talentos qualificados que valorizam um ambiente de trabalho seguro e sustentável.

Portanto, investir em tecnologias avançadas de ventilação e estratégias abrangentes de mitigação do estresse térmico não é apenas uma medida preventiva necessária, mas também uma decisão estratégica que pode beneficiar tanto os trabalhadores quanto a empresa como um todo, promovendo um ciclo positivo de saúde, produtividade e satisfação no local de trabalho, os estudos e análises sobre as tecnologias de ventilação e estratégias de mitigação do estresse térmico na indústria metalúrgica destacam a importância crítica dessas medidas para o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores. As tecnologias de ventilação, como ventiladores industriais e sistemas de ar condicionado, são essenciais para criar um ambiente de trabalho seguro, reduzindo os riscos de condições adversas causadas pelo calor

REFERÊNCIAS

  • HAVENITH, G. (Ed.). *The Handbook of Thermal Comfort*. Routledge, 2016.
  •  PARSONS, K. *Human Thermal Environments: The Effects of Hot, Moderate, and Cold Environments on Human Health, Comfort, and Performance*. CRC Press, 2014.
  • CHEUNG, S. S.; MCLELLAN, T. M. Heat acclimation, aerobic fitness, and hydration effects on tolerance during uncompensable heat stress. *Journal of Applied Physiology*, v. 84, n. 5, p. 1731-1739, 1998.
  • KJELLSTROM, T.; HOLMER, I. Assessment of heat stress and heat strain among workers in tropical conditions. *Annals of Occupational Hygiene*, v. 38, n. 3, p. 307-317, 1994.
  •  ISO 7243:1989. Hot Environments—Estimation of the Heat Stress on Working Man, Based on the WBGT-Index (Wet Bulb Globe Temperature). International Organization for Standardization.
  •  BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-15: Atividades e Operações Insalubres.
  •  HADDON, W. The Haddon matrix: An epidemiological approach to accident research. *American Journal of Public Health*, v. 70, n. 7, p. 703-711, 1980.
  • OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA). Diretrizes sobre estresse térmico e condições de trabalho em ambientes industriais.
  • HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE (HSE). Orientações detalhadas sobre práticas seguras em ambientes de trabalho.

[1] Discente do Curso Superior de Engenharia de Segurança do Trabalho do Instituto FASERRA Campus rua 24 de maio – centro,e-mail: tallisson@hotmail.com

[2]Docente do Curso Superior do Instituto FASERRA Campus rua 24 de maio – centro; Mestre em licenciatura em ensino de ciências: especialização em gestão de segurança do trabalho; mestrado em ensino de ciências e matemática (PPGMAD/UNIR). e-mail: Jardel.pibid@gmail.com

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