Dênis de Freitas Castro1 Doutor em biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas -UFAM; Carlos Tadeu Celestino da Silva2 Médico, neurocirurgião e doutorando em Saúde pela FUUSA.
RESUMO
O estereótipo da pessoa com TEA demonstra alguma alteração de comportamento e desenvolvimento, sendo esse um dos motivos pelos quais é difícil para os pais encontrar um diagnóstico preciso ou suposição de possíveis problemas. Essas famílias devem seguir três caminhos: primeiro, conhecer o TEA, em segundo lugar, aceitar o transtorno e, por fim, buscar ajuda de pessoas que convivem com o autismo ou têm parentesco com ele. Portanto, este estudo tem como objetivo geral identificar os possíveis desafios encontrados no rastreamento e diagnóstico precoce do TEA em crianças menores de 06 anos, tendo como os objetivos específicos: Realizar um estudo bibliográfico conciso sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os sintomas encontrados em pessoas com transtorno autista, divididos em áreas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM-IV-TR; Identificar os níveis do TEA, seu diagnóstico e as escalas para detecção precoce do TEA e Identificar os desafios encontrados para o rastreamento e diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista – TEA em crianças menores de 06 anos. Através desta pesquisa foi possível inferir que ainda são poucos os trabalhos relacionados a esse tema tão precioso para o mundo contemporâneo, sendo este estudo fundamental para abrir um leque de reflexões e discussões sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista, bem como como a necessidade de maior divulgação de informações e conhecimentos sobre o TEA se fez presente, uma vez que os participantes demonstraram dificuldade e discrepâncias na realização do rastreamento e diagnóstico precoce e eficaz dos casos. Portanto, é notável a carência de pesquisas sobre o tema e de instrumentos como o M-CHAT, que são essenciais para que os profissionais obtenham orientações e sejam capacitados para um cuidado, diagnóstico e tratamento eficientes, buscando a melhor terapêutica e a qualidade do cuidado. vida de pacientes com TEA.
Palavras-chaves: TEA. Diagnóstico. Desafios. Crianças.
ABSTRACT
The stereotype of a person with ASD demonstrates some change in behavior and development, which is one of the reasons why it is difficult for parents to find an accurate diagnosis or assumption of possible problems. These families must follow three paths: first, get to know ASD; secondly, accept the disorder and, finally, seek help from people who live with autism or are related to it. Therefore, this study has the general objective of identifying the possible challenges encountered in the screening and early diagnosis of ASD in children under 6 years of age, with the specific objectives: Carrying out a concise bibliographic study on Autism Spectrum Disorder (ASD) and the symptoms found in people with autistic disorder, divided into areas, according to the criteria established by DSM-IV-TR; Identify the levels of ASD, its diagnosis and the scales for early detection of ASD and Identify the challenges encountered for the screening and early diagnosis of Autism Spectrum Disorder – ASD in children under 6 years of age. Through this research it was possible to infer that there are still few works related to this topic so precious to the contemporary world, this study being fundamental to opening a range of reflections and discussions on the diagnosis of Autism Spectrum Disorder, as well as the need for greater dissemination of information and knowledge about ASD was present, as participants demonstrated difficulties and discrepancies in carrying out early and effective screening and diagnosis of cases. Therefore, there is a notable lack of research on the subject and instruments such as the M-CHAT, which are essential for professionals to obtain guidance and be trained in efficient care, diagnosis and treatment, seeking the best therapy and quality of care. . lives of patients with ASD.
Keywords: ASD. Diagnosis. Challenges. Children.
1 – INTRODUÇÃO
Numa visão panorâmica dos conceitos que regem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente após a publicação da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V (2014), observa-se que houve um aumento exponencial no número de crianças diagnosticadas com TEA.
O diagnóstico precoce do TEA não é fácil, principalmente pela negação parental, sendo o maior impeditivo para o diagnóstico precoce, onde o medo de ver seus filhos sofrerem e de serem estereotipados fala mais alto, dificultando a abordagem e o diagnóstico (Mansur, 2017).
Desta forma, a maioria dos diagnósticos são tardios, o que representa um problema de saúde pública, uma vez que a maioria das crianças com TEA apresentam poucos ou nenhuns sinais quando têm menos de 1 ano de idade, e apenas após os 18 meses. o autismo começa a ser percebido, o que permite um melhor desenvolvimento, considerando a fase de neuroplasticidade cerebral como uma propriedade dessas crianças.
Adurens (2017) enfatiza que existem vários sinais com potencial de serem observados precocemente em crianças com TEA, tais como: comportamentos estereotipados ou cíclicos que englobam o uso excessivo de artefatos, falta de brincadeiras simbólicas, sono perturbado, incapacidade de iniciar interações sociais e/ou compartilhar emoções, entre outros.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP (2019), por meio do Departamento Científico de Pediatria e Desenvolvimento, embora a idade média de diagnóstico atualmente esteja em torno de 03 anos de idade, pesquisas atualizadas apresentam evidências de que o diagnóstico precoce do TEA pode ser feito mesmo em primeiros meses de vida da criança, pois ela consegue apresentar sinais antes dos 18
meses de vida.
Atualmente sabe-se que a origem do TEA se encontra na confluência entre fatores ambientais e diversas transformações em genes díspares, com volubilidade no composto de mutações entre portadores de TEA, o que impede o rastreio genético do mesmo. Por esse motivo, investiga-se que os irmãos mais novos daqueles com TEA apresentam uma taxa de recorrência de apresentar esse transtorno em torno de 18,7% (Willian, 2016).
Seize (2017) observa que atualmente os meios de comunicação e as redes sociais disponibilizam informações de forma rápida e gratuita, o que leva a que os pais tomem consciência do TEA e, portanto, estejam mais predispostos a relaxarem as apreensões sobre a probabilidade de autismo.
Nessa circunstância, é importante que o pediatra apoie as dúvidas levantadas pelos familiares e procure ativamente por sinais de TEA. Portanto, com o objetivo de colaborar com a triagem precoce do autismo, foram desenvolvidos questionários de triagem que proporcionam um processo rápido e de baixo custo para o reconhecimento precoce de crianças com esse transtorno, sendo a Lista de Verificação Modificada para Autismo em Crianças (M-CHAT) uma das os métodos mais usados.
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, esta deve ser vista como uma excelente ferramenta a ser incluída na rotina do pediatra, pois pode ser sobreposta a todas as crianças durante as avaliações pediátricas, mesmo aquelas que não apresentam sinais, porém apresentam importantes fatores de risco para TEA (SBP, 2019).
A incidência de casos de TEA aumentou significativamente nas últimas décadas. Em países como os Estados Unidos, a idade média das crianças diagnosticadas varia entre 3 e 4 anos. Estima-se que as taxas de 60/10.000 ou os dados mais atualizados de 1% podem estimar em nosso país entre 1 e 2 milhões de pessoas que atendem aos critérios do espectro do autismo, o que significa que 400 a 600 mil menores de 20 anos , e entre 120 e 200 mil são crianças menores de 05 anos (Brasil, 2018).
Os transtornos do espectro do autismo – TEA estão incluídos na classe dos transtornos globais do desenvolvimento, uma vez que os sintomas clínicos iniciais ocorrem na primeira infância, evoluindo com curso crônico e afetando inúmeras funções psicológicas. Consequentemente, o TEA manifestado pela criança até os 6 anos de idade continua ao longo da vida, apesar das possibilidades de melhora clínica e funcional ao longo do tempo, daí a importância do diagnóstico e tratamento precoce para redução de
sequelas, o que justifica a abordagem deste tema neste artigo.
O diagnóstico de TEA estabelece uma descrição e não uma explicação. Portanto, é de extrema importância que o processo diagnóstico seja realizado por uma equipe multiprofissional com experiência clínica e não se limite à aplicação de exames e ao uso de instrumentos e exames. A pluralidade de hipóteses etiológicas sem consenso irrefutável e a multiplicidade de formas clínicas e/ou comorbidades que podem acometer a pessoa com TEA determinam o encontro de uma diversidade de disciplinas.
Portanto, é necessário considerar a falta de exames neurológicos, metabólicos e genéticos que possam complementar o processo diagnóstico. A pesquisa justifica-se pela importância de se ter conhecimento sobre o TEA, o que facilitará o diagnóstico precoce e assim levará a uma melhor resposta da criança às janelas de oportunidade devido à neuroplasticidade cerebral que impacta diretamente no seu desenvolvimento e na qualidade de vida desta criança.
Dentre as múltiplas causas do diagnóstico tardio do TEA, as dificuldades mais frequentes e mais registradas pelos pediatras no diagnóstico precoce do TEA são: a dificuldade em conhecer melhor a criança e a família, dado o curto tempo de consulta, além da ambiente diferente; o desconhecimento da família sobre o autismo; a necessidade de acompanhar a criança por mais tempo; a existência de diferentes graus de comportamento dentro do espectro; a necessidade de informar a família sobre o diagnóstico; e aceitação do diagnóstico pela família.
O estereótipo da pessoa com TEA demonstra alguma alteração de comportamento e desenvolvimento, sendo esse um dos motivos pelos quais é difícil para os pais encontrar um diagnóstico preciso ou suposição de possíveis problemas. Essas famílias devem seguir três caminhos: primeiro, conhecer o TEA; em segundo lugar, aceitar o transtorno e, por fim, buscar ajuda de pessoas que convivem com o autismo ou têm parentesco com ele.
Portanto, este estudo tem como objetivo geral identificar os possíveis desafios encontrados no rastreamento e diagnóstico precoce do TEA em crianças menores de 06 anos, tendo como os objetivos específicos: Realizar um estudo bibliográfico conciso sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os sintomas encontrados em pessoas com transtorno autista, divididos em áreas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM-IV-TR; Identificar os níveis do TEA, seu diagnóstico e as escalas para detecção precoce do TEA e Identificar os desafios encontrados para o rastreamento e diagnóstico precoce do
Transtorno do Espectro Autista – TEA em crianças menores de 06 anos.
2 – METODOLOGIA
2.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter dissertativo e explicativo, elaborada a partir de materiais já elaborados, como dissertações, teses e artigos científicos.
2.2 BANCOS DE DADOS
As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados bibliográficas: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).
2.3 LIMITE DE TEMPO
Foram selecionados artigos publicados entre 2014 e 2022 em periódicos nacionais e internacionais, nos quais foram avaliadas as seguintes palavras-chave: “Transtorno do Espectro Autista”; “Diagnóstico Precoce”; “Crianças.”
2.4 IDIOMAS
Foram selecionados artigos escritos em português, inglês e espanhol.
2.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Artigos publicados entre 2014 e 2022; Estudos com achados relacionados: desafios encontrados na conclusão precoce do diagnóstico no transtorno do espectro autista em crianças menores de 06 anos.
2.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Estudos publicados nos anos anteriores à pesquisa; Estudos não relacionados ao tema proposto: Desafios encontrados na conclusão precoce do diagnóstico do transtorno do espectro do autismo em crianças menores de 06 anos.
2.7 COLETA DE DADOS
A coleta de dados seguiu a seguinte ordem:
Leitura exploratória de todo o material selecionado (leitura rápida e objetiva, avaliando a relevância do trabalho em relação ao tema);
Leitura seletiva (segunda leitura do material);
Registro de informações extraídas da leitura de artigos científicos, dissertações e teses;
2.8 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Foi realizada uma leitura analítica para organizar as informações contidas nos artigos selecionados e identificar os temas propostos nos objetivos desta revisão.
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para atender aos objetivos específicos, os resultados obtidos por meio da revisão bibliográfica foram seccionados, levando em consideração a definição de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os sintomas encontrados em pessoas com transtorno autista, divididos em áreas, de acordo com os critérios estabelecidos. DSM-IV-TR, bem como os níveis de TEA, seu diagnóstico e as escalas de detecção precoce de TEA.
3.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO DE AUTISMO – TEA
Nascimento, (2015) através de sua pesquisa diz que o TEA é um transtorno global que afeta o desenvolvimento da criança, que geralmente é percebido a partir dos 03 anos de idade, mas pode começar mais cedo, permanecendo ao longo da vida. A pesquisa revela ainda que o TEA (Figura 1) é caracterizado pela soma de sinais e sintomas que impactam as áreas de comportamento, interação social e comunicação, e reitera que a socialização é notadamente a área mais comprometida.
Figura 1. Transtorno do espectro do autismo (TEA)
O TEA é um distúrbio do desenvolvimento neurológico que se inicia na infância, caracterizado pela dificuldade de socialização, além da alteração da comunicação associada à manifestação de ações estereotipadas, ou seja, comportamentos repetitivos, cíclicos, obstinados e sem sentido. , repetir frases, balançar o corpo, tocar nos braços ou mãos, entre outros. Essas características se mostram como os principais sinais, porém a veemência do surgimento do TEA pode diferir bastante, “desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) grave e baixo desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até indivíduos com quociente intelectual (QI) normal, que Eles levam uma vida independente” (HYMAN, 2015).
O transtorno em estudo é reconhecido pelo atraso e/ou retardo na evolução das habilidades de convivência em sociedade, comunicação e cognição. Apresenta níveis peculiares em cada criança afetada por esse transtorno; está comprovado que os homens são mais suscetíveis a sofrer desse transtorno do que as mulheres, independente de classe social ou raça. Ocorre devido à desigualdade genética associada a fatores ambientais; na maioria dos casos o diagnóstico ocorre no terceiro ano de vida. (FERREIRA
et al., 2016).
Segundo Pereira (2019), dentre as formas de tratamento, é fundamental compreender diversos protocolos, como terapia social e comportamental, terapia alimentar e controle ambiental. A pesquisa afirma que não existe um método totalmente eficaz que estabeleça a cura, apenas reduza os sinais e sintomas, para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Crianças com autismo geralmente apresentam distúrbios intestinais, com translocação de alérgenos alimentares (glúten e caseína), que causarão reações imunológicas e inflamatórias sistêmicas. O glúten e a caseína são substâncias que, após digestão inadequada, tendem a formar opióides, que afetarão diretamente os lobos temporais, causando implicações na fala e na audição, além da redução das células nervosas e do bloqueio de neurotransmissores.
Para Allen (2015), o TEA está relacionado a outros transtornos como os transtornos psiquiátricos, os do aparelho digestivo e a propensão a infecções respiratórias. O aparelho digestivo é comprovadamente o mais acometido, ou seja, aquele que apresenta maiores disfunções como dores abdominais, presença de gases, refluxo, vômitos, diarreia com consistência anormal e fétida e/ou com presença de alimentos e intolerância alimentar. Recomendaron la asociación de enfermedad intestinal crónica con TEA por modificación de la permeabilidad, así como inflamación de las paredes del aparato digestivo, podendo estar relacionada con el uso periódico de antiinflamatorios, antibióticos, deficiencia o falta de enzimas, presencia de toxinas microbianas, malabsorción proteica , entre outras.
A tabela a seguir apresenta os principais sinais e sintomas observados em crianças com Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2018).
Tabela 1- Sintomas encontrados em pessoas com transtorno autista, divididos em áreas, segundo critérios estabelecidos pelo DSM-IV-TR
Deterioração qualitativa da interação social |
a) Comprometimento acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social. |
b) Não desenvolver relações com pares adequadas ao seu nível de desenvolvimento (ou seja, à sua faixa etária). |
c) Ausência de tentativas espontâneas de compartilhar prazeres, interesses ou conquistas com outras pessoas (por exemplo, não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse) Ausência de reciprocidade social ou emocional. |
Compromisso de comunicação qualitativa |
a) Atraso ou ausência total no desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhado de tentativa de compensação através de modos alternativos de comunicação, como gestos ou mímica); |
b) Em indivíduos com fala adequada, comprometimento acentuado da capacidade de iniciar ou manter uma conversa; |
c) Uso estereotipado e repetitivo de linguagem ou linguagem idiossincrática; |
d) Ausência de jogos sociais variados e espontâneos ou de imitações adequadas ao seu nível de desenvolvimento (ou seja, à sua faixa etária). |
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. |
a) Preocupação insistente com um ou mais padrões de interesse estereotipados e restritos, anormais em intensidade ou foco; |
b) Adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais; |
c)Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, apertar ou torcer as mãos e os dedos ou movimentos complexos de todo o corpo). |
d)preocupação persistente com partes de objetos. |
3.2 NÍVEIS DE TE
3.2.1 Autismo leve/Nível 1
O ser humano com TEA leve, nível 01, é independente em diferentes contextos da vida diária. Conquistam certa autonomia, abrangem e cumprem regras e rotinas do cotidiano, realizam atividades com autonomia, superam dificuldades e estudam, trabalham e constituem família. Vários deles possuem competências e talentos valorizados em nossa cultura e inteligência acima da média para determinadas atividades. Além disso, aprendem a mitigar as especificidades do TEA em contextos sociais (Lavor, 2021).
O mesmo autor citado acima destaca que na maioria das vezes o TEA passa despercebido e o diagnóstico pode durar até a idade adulta. As peculiaridades menos manifestadas e as revelações verificadas levam os acompanhantes a pensar que as características do comportamento da pessoa são “à sua maneira”. Mas características leves não significam que o TEA não tenha impacto na vida e nas relações sociais do indivíduo. O TEA aparece, é percebido pelo portador e sua família, e a falta de compreensão sobre o comportamento autista leva a situações de sofrimento.
Para Reis, (2021) as características do TEA surgem na dificuldade em iniciar interações sociais, porém, pessoas com autismo leve conseguem interagir. Eles não têm interesse em procurar grupos sociais, mas permanecem em situações sociais por um período e depois voltam aos seus interesses. Eles podem optar por focar neles, seja na música, nos livros, no computador, etc. mesmo que aqueles ao seu redor não queiram fazer o mesmo. Eles não têm filtro social. Eles são extremamente honestos, francos e destemidos no que pensam.
Em termos de comunicação, não apresentam atrasos na fala, são capazes de se comunicar socialmente, apresentam dificuldades e diferenças perceptíveis. Respondem de forma desigual ao que é esperado socialmente, têm dificuldade em compreender ordens e são capazes de interpretar mal o que é dito, sendo mal interpretados na maioria das vezes.
Eles geralmente não olham para cima quando são chamados. São literais e têm dificuldade em compreender metáforas e expressões de duplo sentido. Também apresentam dificuldades em captar intenções, sentimentos, sentimentos implícitos, malícia nos tons de voz, na linguagem de sinais, na expressão facial, o que faz com que não ajam de acordo com os sentimentos do outro ou sejam induzidos por outros a agir Faça o que você não sabe que é errado.
Pessoas autistas leves ainda apresentam um padrão de pensamento intransigente e inflexível, possuindo fixação em interesses pré-marcados, são capazes de intervir em contextos sociais, pois podem discutir apenas temas que lhes interessam. Apresentam padrões rígidos para realizar as atividades mais comuns, também apresentam estereotipias e requerem pouco tratamento para se desenvolverem e serem autônomos (Roza, 2021).
3.2.2 Autismo moderado/Nível 2
Reis, (2021) afirma que indivíduos com TEA de nível moderado apresentam dificuldades mais significativas em comparação com pessoas autistas de nível leve, necessitando de mais apoio, ou melhor, mais ajuda no dia a dia e um maior investimento em terapia. Ao contrário do nível 1, o autismo neste nível é evidente. Pessoas moderadamente autistas necessitam de mais ajuda para socializar. Demonstram pouca iniciativa para interagir, precisam ser literalmente apanhados e mantidos na situação de interação. Sua resposta pode ser limitada ou limitada à escuta.
Roza, (2021) evidencia clara dificuldade de comunicação verbal e não verbal, atraso na fala, uso de frases inacabadas e fala desconexa. Eles mostram interesses mais predefinidos, os estereótipos são mais evidentes e tendem a passar mais tempo em seus mundos. Contrastam com mudanças de contexto, como o contacto com novos grupos sociais, a mudança para novos ambientes, etc., e requerem uma preparação prévia para essas mudanças.
O referido autor retrata que as crises de estresse e frustração, episódios de auto e heteroagressão, vivenciados pelos autistas em todos os níveis, são causadas por dificuldades de comunicação, podendo ter minimizado as crises em decorrência do apoio recebido. O autismo moderado influencia a vida dos seres humanos em todos os contextos, que necessitam de ajuda para responder às demandas do meio ambiente. Não possuem muita autonomia, apresentam dificuldades no aprendizado e na realização das atividades cotidianas, necessitando de apoio e terapia de base na escola, em casa, além de consultas com especialistas. Apesar do tratamento intensivo, a pessoa com TEA moderado necessita de apoio e apresenta níveis médios de funcionamento e de vida em geral.
3.2.3 Autismo grave/nível 3
Pessoas com TEA nível 3 apresentam as dificuldades mais notáveis e as maiores deficiências. Apresentam iniciativa muito limitada, grande dificuldade de diálogo e de convivência em sociedade. Na maioria das vezes não prestam atenção à interferência dos outros. Eles têm comunicação mínima e deficiências significativas de fala. Alguns são não- verbais, ou seja, não falam e, para expressar o que desejam e interagir, necessitam necessariamente de um mediador. São suscetíveis ao isolamento total, tendem a ter comportamentos graves e recorrentes, forte fixação em interesses restritos e grande dificuldade em fazer o que não lhes interessa. Mesmo com terapia intensiva, terapias em consultório, acompanhamento de especialistas, apoio domiciliar, pessoas com autismo grave têm pouca autonomia na vida (Lavor, 2021).
Segundo Roza, (2021) no nível de apoio severo, ou seja, nível 3, a dificuldade na comunicação é expressiva, assim como nas habilidades sociais. Ações restritivas e repetitivas dificultam o seu desenvolvimento, independentemente das alterações nas atividades diárias. Também podem ser hipersensíveis ou hipo-sensíveis a determinados estímulos sensoriais e apresentar comportamentos limitantes e recorrentes, como balanço e ecolalia, repetição de palavras ditas por outras pessoas. O TEA grave precisa de muito apoio para aprender habilidades importantes para realizar as atividades da vida diária.
3.3 DIAGNÓSTICO PRECOCE DO TEA
Embora a idade média de diagnóstico de TEA seja de 5 anos ou mais, o diagnóstico pode ser confirmado aos 3 anos de idade. Atualmente, vários estudos mostram que a intervenção precoce nestas crianças melhora consideravelmente as sequelas, razão pela qual é cada vez maior a necessidade de estudos sobre a importância deste diagnóstico (SEIZE e BORSA, 2017).
De acordo com alguns parâmetros do DSM-V (2014), os primeiros sinais e sintomas deste transtorno devem aparecer nos primeiros três anos de vida, portanto o diagnóstico deve ser definido pelos parâmetros estabelecidos no manual mais atualizado, que é o DSM.-V ou pela Classificação Internacional de Doenças CID.
Muitos pesquisadores apontam perspectivas que podem contribuir para o atraso no diagnóstico do TEA. A autora cita ainda que, devido à negação do diagnóstico positivo, alguns pais apresentam muita resistência em procurar ajuda profissional quando observam determinada mudança no comportamento ou no desenvolvimento dos filhos; Ela também considera sua apreensão de que seus filhos possam ser estereotipados ou sofrer algum tipo de preconceito após o diagnóstico.
Uma pesquisa de revisão de literatura sobre o tema acompanhamento do desenvolvimento infantil mostrou que é necessário mudar vários aspectos em decorrência do tema. Trouxeram exemplos que possuem indulgências de transformação no contexto nacional (ZAQUEU et al., 2015).
[…] falta de programas nacionais de acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor infantil, falhas na formação da prática clínica do pediatra para detecção de atrasos no desenvolvimento, currículos básicos de graduação em medicina e escassez nas especialidades de Pediatria e Saúde da Família. e falta de investimento nessas questões por parte do Ministério da Saúde. (Zaqueu et al., 2015, p. 293).
Em publicação em revista brasileira de saúde que aborda a testagem de um folheto relacionado à detecção precoce do TEA, refere-se à promoção da educação em saúde e garante que as transformações na concepção profissional atribuída aos profissionais de saúde na atenção primária, que pode ser capaz de melhorar o diagnóstico precoce, portanto, essas crianças que apresentam atributos autistas poderão ser encaminhadas precocemente para a atenção secundária (VASCONCELOS et al., 2018).
3.4 ESCALAS PARA DETECÇÃO PRECOCE DE TEA
Segundo Portela (2014), existem apenas dois métodos para coletar elementos para concluir um diagnóstico de TEA. A primeira é por meio de entrevistas com familiares que convivem diretamente com a criança e a segunda por meio da utilização de instrumentos de avaliação direta, que devem ser utilizados preferencialmente por pediatras experientes.
Embora esse instrumento de avaliação da observação direta seja considerado o mais confiável, pois os profissionais que observam lidam rotineiramente com TEA e, portanto, possuem maior conhecimento sobre o assunto.
Para coletar informações podem ser utilizadas diversas escalas de avaliação, que devem conter perguntas sobre a pessoa com TEA, perguntas dirigidas aos familiares, professores, que precisam ter conhecimento, por menor que seja, sobre o autismo, para facilitar a percepção dos sinais que a criança apresenta (William, 2016).
Peterson, (2016) afirma que até o momento não foi descoberta nenhuma origem biológica para o TEA, portanto concluímos que ainda não existe tratamento curável. Porém, através do diagnóstico precoce, temos a capacidade de instituir e padronizar uma intervenção para esta criança. As consequências da intervenção precoce provavelmente evitarão os sinais, bem como uma cascata de sintomas remanescentes. Para concluir o diagnóstico precoce podemos utilizar algumas ferramentas regulamentadas para utilizar, na triagem diagnóstica mesmo em idades precoces no TEA, as ferramentas mais utilizadas são: CARS, M-CHAT, BAYLEY, ADI e ASQ. Ressaltando que todas essas ferramentas são realizadas fundamentalmente por critérios clínicos:
CARS – Escala de Avaliação do Autismo Infantil
Escala utilizada como ferramenta para evidenciar o comportamento da criança com base nas concepções de autismo de Rutter, Ritvo e Freeman. Esses pesquisadores corroboram 3 ângulos do significado do TEA:
A crença de que o TEA começou precocemente, antes dos 30 meses de idade;
A deficiência na interação social no relacionamento com pessoas, objetos e acontecimentos;
A alteração da linguagem e das habilidades comunicativas e cognitivas dessas
crianças (SEIZE e BORSA, 2017).
M-CHAT – Lista de verificação de autismo modificado em crianças pequenas
Para monitorizar os primeiros sinais e sintomas do autismo, foi lançada esta ferramenta, uma escala simplificada e auto aplicável que é composta por 23 questões que os pais de crianças entre os 16 e os 30 meses devem responder com sim/não. As perguntas levam em consideração as observações dos pais sobre o comportamento dos filhos em relação à interação social e à atenção compartilhada. O Ministério da Saúde – MS em 2014 considerou o M-CHAT como um instrumento de triagem adaptado e legalizado
para uso no país (Zaqueu et al., 2015; Seize e Borsa, 2017).
BAYLEY – Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil III
Escala que concebe uma pontuação referente ao desenvolvimento intelectual de portadores de TEA de 01 a 42 meses de vida, esta ferramenta foi concedida a exames sobrepostos em crianças maiores de 05 anos para medir seu grau de inteligência, de forma a mostrar ser um excelente preditor de QI (Gomes et al, 2017).
ADI – Entrevista de Diagnóstico de Autismo
Para ser utilizada em conjunto com os pais, foi elaborada uma entrevista que foi desenvolvida para facilitar um diagnóstico diferencial de transtornos globais do desenvolvimento, de extrema importância para iniciar corretamente a intervenção, onde o entrevistador investiga os primeiros 5 anos de vida da criança. questão, tendo em conta que nesta fase muitos aspectos se tornam mais evidentes para um diagnóstico, não descartando o último ano anterior à entrevista (Griesi-Oliveira, 2017).
ASQ – Questionário de Triagem do Autismo
Foi estruturada uma pesquisa para ser respondida por pais e cuidadores de crianças com TEA. Por se tratar de uma escala de rastreio do autismo, foram desenvolvidas duas versões para crianças de diferentes idades, uma para diagnosticar crianças até 05 anos e outra para crianças com 06 anos ou mais (Costa, 2014).
“O diagnóstico precoce é extremamente importante para uma intervenção oportuna para alterar o desenvolvimento da criança” (Dalgalarrondo, 2019). Piwowarczyk, (2019) reforça que antes do início dos estímulos, as alterações no quadro de TEA serão maiores, ressaltando que o autismo surge logo após o nascimento. Contudo, destacam a importância da avaliação multidisciplinar para concluir o diagnóstico diferencial, uma vez que os testes orgânicos não têm potencial para estabelecer o distúrbio (Peterson et al.,2016).
4 – CONCLUSÃO
Através desta pesquisa foi possível inferir que ainda são poucos os trabalhos relacionados a esse tema tão precioso para o mundo contemporâneo, sendo este estudo fundamental para abrir um leque de reflexões e discussões sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista, bem como como a necessidade de maior divulgação de informações e conhecimentos sobre o TEA se fez presente, uma vez que os participantes demonstraram dificuldade e discrepâncias na realização do rastreamento e diagnóstico precoce e eficaz dos casos.
Portanto, é notável a carência de pesquisas sobre o tema e de instrumentos como o M-CHAT, que são essenciais para que os profissionais obtenham orientações e sejam
capacitados para um cuidado, diagnóstico e tratamento eficientes, buscando a melhor terapêutica e a qualidade do cuidado. vida de pacientes com TEA.
4 – REFERÊNCIAS
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