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AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE POSTOS DE TRABALHO DE UMA EMPRESA SITUADA DO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS COM ESPECIAL ATENÇÃO AOS TRABALHADORES IDOSOS

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE POSTOS DE TRABALHO DE UMA EMPRESA SITUADA DO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS COM ESPECIAL ATENÇÃO AOS TRABALHADORES IDOSOS

Alex Paulaen Gomes[1]

RESUMO

Problemas associados ao aumento da população em idade ativa ocorrem ao nível do setor produtivo e ao nível dos riscos de segurança e saúde dos trabalhadores na faixa de 50 a 60 anos. O objetivo da pesquisa é a avaliação ergonômica de 06 postos de trabalho pertencentes aos departamentos de produção e montagem realizada em uma indústria metalúrgica do polo industrial de Manaus. Esta empresa é especializada em fabricar e fornecer peças e acessórios para motocicletas. Neste projeto foi utilizada uma abordagem metodológica da ergonomia (Análise Ergonômica do Trabalho – AET) que coloca em foco o ser humano e seu trabalho, relacionado os componentes humanos (físicos, perceptivos, cognitivos e emocionais) com os contextos de trabalho e tem como objetivo a avaliação de usabilidade de postos de trabalho e a identificação de diretrizes voltadas para a melhoria e otimização dos postos de trabalho. Os resultados foram possíveis traçar ações finalizadas para fornecer indicações e conselhos para a correta implementação de fatores que limitam a possibilidade de lesões, prevenindo riscos de segurança e incapacidade para o trabalho e fator idade não afeta na produção semanal da empresa.

PALAVRAS-CHAVE: Análise Ergonômica do Trabalho. Postos de Trabalho. Fatores de idade. Conforto no Trabalho.

1. INTRODUÇÃO

A ideia básica da análise ergonômica de trabalho é que o local de trabalho precisa ser adaptado às necessidades humanas e não às necessidades da tecnologia. Ao mesmo tempo, é preciso partir da ideia de que não há motivo para uma pessoa sentir dores no trabalho. Achados diversos estudos que apontam para o impacto significativo e das condições de trabalho na ocorrência de dificuldades do sistema musculoesquelético dos trabalhadores.

No que diz respeito à indústria, o fenômeno do envelhecimento da população no trabalho está especialmente associado ao trabalho braçal, além do uso de maquinários que exigem alto nível de atenção humana e esforço físico. A Organização Internacional do Trabalho OIT (2020) alerta que o envelhecimento dos trabalhadores na faixa de 50 a 60 anos representa um grande desafio para as condições de saúde e segurança no local de trabalho como postura, insalubre, excesso de trabalho, trabalho repetitivo e etc.

Problemas de saúde de longo prazo e doenças crônicas aumentam com a idade. Portanto, cerca de 30% dos homens e mulheres da faixa etária de 50 a 60 anos precisam de ajustes urgentes no trabalho devido aos seus problemas de saúde para prevenir os riscos de aposentadoria precoce e incapacidade para o trabalho. Os principais problemas de saúde são os distúrbios musculoesqueléticos e mentais segundo relata a Organização Internacional do Trabalho OIT (2020).

Criar um ambiente de trabalho que atenda às demandas e necessidades do colaborador em todos os aspectos é um processo exigente que requer não apenas conhecimento técnico, mas também ergonômico. Quanto melhor o ambiente de trabalho estiver adaptado ao trabalho pretendido por uma pessoa, maior será a produtividade de seu trabalho. O aspecto básico na avaliação e criação de novos locais de trabalho é analisar o colaborador com suas capacidades e habilidades físicas e mentais. Portanto, ao projetar um ambiente de trabalho corretamente, é necessário avaliar cuidadosamente os fatores que influenciam a criação do ambiente de trabalho, usar o conhecimento de sua análise e analisar fatores secundários que podem ou não afetar o local de trabalho.

A pesquisa tem como objetivo principal: Avaliar fatores ergonômicos de 06 postos de trabalho pertencentes aos departamentos de produção e montagem realizada em uma indústria metalúrgica do polo industrial de Manaus. Relacionar fatores de idade dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Traçar ações para limitar a possibilidade de lesões no ambiente de trabalho.

A pesquisa é de suma importância, pois apresenta uma abordagem ergonômica do ambiente de trabalho e resulta em muitos benefícios, incluindo a prevenção de lesões e doenças, como a prevenção de distúrbios musculoesqueléticos, como dores nas costas, pescoço e ombros, síndrome do túnel do carpo e etc.

Nesta pesquisa foi utilizada uma abordagem metodológica da ergonomia (Análise Ergonômica do Trabalho – AET) que coloca em foco o ser humano e seu trabalho, relacionado os componentes humanos (físicos, perceptivos, cognitivos e emocionais) com as seguintes fases: 1. Seleção dos postos de trabalho, 2. Avaliação dos postos de trabalho, 3. Análise dos dados coletados e 4. Elaboração de soluções atuantes.

O Roteiro da pesquisa foi dividido em fundamentação teórica, metodologia aplicada, resultados e finalizando com as conclusões.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentação Teórica

O objetivo da ergonomia é manter a saúde, ou seja, a satisfação física, mental e social de uma pessoa, criar condições para uma atividade humana ideal, bem como criar uma sensação de bem-estar no local de trabalho. Conforme o autor Vavruska (2019) relata a importância da ergonomia reside principalmente no fornecimento de materiais e propostas para o projeto, construção e racionalização das relações no sistema homem – máquina – ambiente.

O aspecto básico na avaliação e criação de novos locais de trabalho é uma pessoa com suas capacidades e habilidades físicas e mentais. Portanto, como o autor Dubrin (2016) menciona que projetar um local de trabalho corretamente, é necessário avaliar cuidadosamente fatores que influenciam a criação do espaço de trabalho, usar o conhecimento de sua análise e analisar fatores secundários que podem ou não afetar o local de trabalho.

Os autores Dul & Weerdmeester (2012) citam que o principal princípio para alcançar o maior conforto de trabalho possível ao projetar um local de trabalho adequado é avaliar constantemente a possível presença de efeitos adversos e programar medidas suficientes. É, portanto, necessário eliminar efeitos nocivos, perturbadores e irritantes. A legislação estipula que o empregador deve criar condições de trabalho adequadas e saudáveis para seus colaboradores.

Ao projetar um local de trabalho, é necessário atentar para os fatores que interferem na ocorrência de dificuldades no sistema musculoesquelético humano, e principalmente conforme o autor Marková (2019) descreve: Escolher uma posição de trabalho adequada, determinar a altura de trabalho ideal, determinação de condições visuais ideais no trabalho, a solução ideal para assentos de trabalho, espaço de manuseio ideal, consistência funcional e princípio do uso sequencial.

No processo de envelhecimento, as alterações biológicas são progressivas e irreversíveis, com o envelhecimento há diminuição da capacidade motora, do equilíbrio e dos reflexos. Em princípios, essas alterações, que começam por volta dos 30 anos, aumentam progressivamente, sem terem algum significado, com a incapacidade de um ou mais sistemas do corpo.

Problemas de saúde de longo prazo e doenças crônicas aumentam com a idade. Os principais problemas de saúde são os distúrbios musculoesqueléticos e mentais. Autor Pheasant (2015) descreve que a depressão também é atualmente um dos motivos mais comuns de incapacidade para o trabalho e aposentadoria precoce. Outros autores, Carayon, Pascale & Peter (2015) relatam que o declínio da capacidade física para o trabalho com a idade é claro: a capacidade cardiorrespiratória e a força muscular caem cerca de 1–2% ao ano após os 30 anos. Barbosa (2016) destacou que a capacidade física inferior é um problema principalmente em empregos com alta carga física, cerca de 30% dos empregos no Brasil hoje envolvem más posturas de trabalho, manuseio de objetos pesados ou trabalho repetitivo. Esses riscos são muito comuns em trabalhadores das áreas de expedição, almoxarifados, carregadores de caminhão ou outros que precisam transportar materiais na produção, sem uso de equipamentos (carrinhos e paleteiras).

2.2 Metodologia Aplicada

Esta pesquisa foi realizada em uma indústria metalúrgica do polo industrial da cidade de Manaus, na qual foram estudados 06 postos de trabalho pertencentes aos departamentos de produção e montagem, esses operadores têm diferentes idades e níveis de experiência conforme mostra tabela 1.

Tabela 1. Operadores envolvidos na pesquisa.

 CategoriaIdade do OperadorDepartamentoEstação de Trabalho
0151 anosProduçãoProcesso de Moagem
0249 anosProduçãoProcesso de Soldagem
0355 anosProduçãoProcesso de Dobras de Chapas
0448 anosMontagemMontagem do Motor
0552 anosMontagemMontagem de Periféricos
0624 anosMontagemDeslocamento de Peças

Fonte: (Autor,2024).

A pesquisa desenvolveu-se nas seguintes fases:

Fase 01: Seleção dos postos de trabalho;

Fase 02: Avaliação dos postos de trabalho;

Fase 03: Análise dos dados coletados;

Fase 04: Elaboração de soluções atuantes.

Fase 01: Seleção das estações de trabalho – Em colaboração com os gerentes de segurança e operação da empresa foram identificadas as estações de trabalho mais críticas. Esses postos de trabalho apresentavam alto risco de lesões e precisavam de melhorias.

As estações de trabalho críticas analisadas são as seguintes:

A. Processo de moagem;

B. Processo de soldagem;

C. Processo de dobras de chapas;

D. Montagem do motor;

E. Montagem de periféricos;

F. Deslocamento de peças acabadas.

Fase 02: Avaliação dos postos de trabalho – O estudo ergonômico é focado na Análise da Demanda e na Análise da Atividade.

A Análise da Demanda é a definição do problema. Estabelecer seus objetivos é delimitar os pontos a serem tratados em um determinado estudo.

A Análise da Tarefa irá englobar tudo aquilo que o trabalhador deve realizar, bem como as atividades necessárias para esta realização. Nesta fase é definida a situação de trabalho a ser analisada, isto é, delimitado o sistema homem/tarefa a ser abordado.

A Análise da Atividade é o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho, através do estudo das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, face às condições e aos meios que lhe são colocados à disposição. Estudam-se os comportamentos de trabalho, as posturas, ações, gestos, comunicações, direção do olhar, movimentos, verbalizações, raciocínios, estratégias, resoluções de problemas, modos operativos, condições ambientais, técnicas e organizacionais, assim como às condições psicofisiológicas a que estão submetidos os trabalhadores.

Fase 03: Análise dos dados coletados – A avaliação de cada estação de trabalho teve como objetivo analisar os dados coletados por meio da verificação de questionários, gravações de áudio e vídeo. A análise das atividades consistiu em verificar se as dificuldades encontradas durante cada atividade devem ser colocadas em relação de causa e efeito com os problemas críticos que o usuário pode vivenciar durante cada atividade de trabalho, identificando possíveis soluções de melhoria.

Fase 04: Elaboração de soluções atuantes – A última fase da pesquisa interessou-se pela elaboração da ação. Nesta fase, foram consideradas diferentes áreas de implementação, de modo a adequar aos requisitos do operador e a aperfeiçoar em termos de usabilidade.

3. RESULTADOS

Considerando a quantidade de dados emergidos durante a fase de análise, este trabalho apresenta apenas alguns resultados, considerados os mais interessantes, divididos em 6 estações de trabalho conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2. Problemas Críticos – Estação de Trabalho.

CategoriaEstação de TrabalhoProblemas Críticos
01Processo de Moagem– Posições incorretas dos operadores durante algumas fases do trabalho; – Uso de EPI inadequados, pois o equipamento produz faísca e os braços dos operadores não estão protegidos.
02Processo de Soldagem– Uso de EPI inadequados para atividade desenvolvida; – Área de trabalho desorganizada, aumentando o nível de acidentes.
03Processo de Dobras de Chapas– Área de trabalho desorganizada; – Uso de EPI inadequados para atividade desenvolvida; – Posições incorretas dos operadores durante algumas fases de trabalho; – Movimentação manual de cargas; – Risco de quedas causadas por trabalho desorganizado na área. – Risco de lesões causadas por determinadas atividades de trabalho, que levam o operador a empregar muito esforço físico para realizar.
04Montagem do Motor – Risco de quedas causadas pelas posições incorretas pelos colaboradores (ver figura 1); – Posições incorretas dos operadores durante algumas fases de trabalho (ver figura 2);
05Montagem de Periféricos– Risco de queda causada por posições incorretas dos operadores; – Risco de lesões causadas por determinadas atividades de trabalho, que levam o operador a empregar muito esforço físico para realizar.
06Deslocamento de Peças – Posições incorretas dos operadores durante algumas fases de trabalho; – Risco de lesões causadas por determinadas atividades de trabalho, que levam o operador a empregar muito esforço físico para realizar.

Fonte: (Autor,2024).

As questões críticas emergidas envolvem todos os postos de trabalho analisados, pois durante a avaliação, foram observados que os operadores realizam atividades de trabalho semelhantes em ambientes de trabalho semelhantes.

Foram observados também que, para realizar suas tarefas de acordo com os tempos de produção, os operadores são levados a adotar risco de quedas causadas pelas posições incorretas dos colaboradores. Tais posições incorretas estão localizadas na região lombar, cabeça, cotovelos e mãos (ver Figura 1 e Figura 2) respectivamente.

Figura 1. Riscos de quedas causadas pelas posições incorretas dos operadores.

Fonte: (Autor, 2024).

Figura 2. Posições incorretas dos operadores durante o trabalho.

Fonte: (Autor, 2024).

Outra situação crítica é a área de trabalho mal organizada. Este aspecto leva o operador a se mover com frequência e a posicionar os objetos a serem processados aleatoriamente (ver Figura. 3).

Figura 3. Área de trabalho desorganizada.

Fonte: (Autor, 2024).

A fim de melhorar a usabilidade das estações de trabalho e reduzir o risco de lesões dos operadores, segue uma lista de algumas áreas de implementação.

            Estas áreas são classificadas em função dos postos de trabalho, mas são igualmente adaptáveis a todos os postos de trabalho.

3.1 Estação de Trabalho – Processo de Moagem

Para esta estação de trabalho, as prioridades de pesquisa foram as seguintes:

  1. Equipar o operador com instrumentos de EPI adequados e ajustáveis de acordo com cada atividade de trabalho;
  2. Substituir o atual avental por outro capaz de oferecer total proteção durante a atividade. Permite maior ventilação durante todo o trabalho;
  3. Proporcionar um suporte físico ergonômico para o operador, para limitar o cansaço localizado nas pernas, braços, cotovelos e ombros.

3.2 Estação de Trabalho – Processo de Soldagem

            No que diz respeito ao posto de trabalho no processo de soldagem, a prioridade foi redesenhar a área de trabalho. A posição atual do maquinário e seus cabos e componentes elétricos aumentam o risco de quedas. Portanto, foi necessário equipar os cabos com um sistema de reconhecimento adequado.

            Com o objetivo de permitir maior liberdade de movimentos ao operador, tem sido fundamental substituir os atuais equipamentos de EPI por outros mais adequados.

            No caso do capacete, é significativo o uso de um capacete de proteção que permita ao trabalhador ter a mão livre. Isso é útil para definir o sistema de controle. Quanto ao avental, foi necessário substituir o avental atual por outro que possa oferecer maior ventilação durante todas as atividades de trabalho.

3.3 Estação de Trabalho – Processo de Dobras Chapas

            Relativamente aos postos de dobragem de produtos metálicos semi acabados, a prioridade referente à implementação tem sido a seguinte:

            A adição de um carrinho de serviço ou um sistema analógico capaz de permitir que o trabalhador execute atividades de trabalho em uma altura adequada. Esta condição reduz atividades de trabalho (como verificação de raio de curvatura) realizadas em áreas improvisadas (ver Figura. 4).

Figura 4. Raio de curvatura do operador na atividade

Fonte: (Autor, 2024).

  1. Redesenhar a área de trabalho, restringindo quedas feitas por paletes. Isso reduz o risco de quedas acidentais;
  2. A adição de superfícies de apoio basculantes altas o suficiente para não exigir do usuário a flexão constante do joelho;
  3. Fornece ao operador um suporte físico ergonômico de forma a limitar a fadiga localizada nas pernas, braços, cotovelos e ombros.

3.4 Estação de Trabalho – Montagem do Motor – Periférico – Deslocamentos de Peças

  1. Melhorar a postura dos operadores durante as atividades de trabalho por meio de um suporte físico ergonômico, capaz de conduzir o operador a manter uma postura correta;
  2. A adição de uma plataforma elevatória ajustável em altura para permitir que o operador trabalhe na altura desejada reduzindo o risco de quedas e posturas incorretas;
  3. A adição de uma talha elétrica apropriada para operações horizontais;
  4. A adição de sistemas de segurança para trabalho em altura;
  5. A implementação de sistemas de segurança, como superfícies sólidas e ou removíveis, para proteger os trabalhadores dos furos das máquinas, reduzindo o risco de lesões;
  6. A adoção de um sistema mecânico que permite movimentação e rotação de cargas;
  7. A escolha da vestimenta para objetos (instrumentos, pequenos objetos de metal etc.) como cinto, bolsa ou outros sistemas de contenção analógicos;
  8. A adoção de caixas organizadas para acondicionamento de instrumentos, componentes e acessórios;
  9. A adição de um carrinho de serviço ou um sistema analógico capaz de permitir que o trabalhador execute atividades.

3.5  Fatores de Idade no Ambiente de Trabalho

            No cenário atual, pessoas de mais idade estão frequentemente convivendo com pessoas de menos idade devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro. Esse fato acarreta fortes desentendimentos no ambiente de trabalho causados pelas diferenças marcadas pela geração de cada um. As disparidades, em vez de ser entendidas como um fator enriquecedor para a instituição, é entendido como um incômodo e um fardo diário.

            No ambiente de trabalho da pesquisa, foram coletados vários comentários dos colaboradores mais jovens e podemos descrever algumas: 1. Declínio das faculdades mentais (intelectuais) e da capacidade física, 2. À desatualização, 3. Improdutividade, 4. Absenteísmo, 5. Fragilidade, 5. Perda de autonomia, 6. Incapacidade, 7. Esquecimento, 8. Enfermidade, 9. Desvalorização, 10. Final de carreira, 11. Morte biológica e 12. Profissional.

            As disparidades, em vez de ser entendidas como um fator enriquecedor para a instituição, é entendido como um incômodo e um fardo diário.

            Num pólo estão os mais jovens. A juventude é marcada pela irreverência, ousadia, flexibilidade e inovação. Do outro pólo estão os mais velhos. Esses são pessoas com bastante conhecimento, que lutaram por conquistas e crescimento da instituição para as gerações subsequentes. Alguns, contudo, acreditam serem os mais novos incompetentes e superficiais para seus ofícios. Há preconceito e falta de diálogo dos dois lados.

            Referente ao fator idade no desenvolvimento das atividades na jornada de trabalho de 40 horas semanais em todos os ambientes de trabalho estudados na pesquisa foi observado que todos os colaboradores estão realizando suas funções sem dificuldades. Ressaltando que o fator idade para os ambientes estudados não afetou na produção final.

3.6 Considerações Adicionais

            As análises mostraram que, dependendo da atividade, alguns trabalhadores optam pelo não uso dos EPIs por serem desconfortáveis e inadequados.

            Esta condição não deve absolver a inadimplência do empregado, pois o EPI fornecido deve garantir a proteção do operador durante seu trabalho.

            Assim, torna-se imperativo promover a sensibilização dos trabalhadores para a utilização destes equipamentos através de campanhas que visem sensibilizar os trabalhadores para a importância da segurança na empresa em que trabalham e durante o horário de trabalho.

            Para finalizar, outro fator que diz respeito à segurança do trabalhador que veio à tona é a temperatura ambiente.

            A temperatura influência positiva ou negativamente no desempenho do operador. Nos definidos como “ambientes severos” (ambientes quentes e frios) as condições climáticas podem comprometer fortemente a saúde do trabalhador.

            Por estas razões é necessário:

  1. Equipar o ambiente de trabalho com sistemas de ventilação adequados, reduzindo as severas condições climáticas atuais;
  2. Alternativas, fornecer ao operador, roupas de trabalho termorreguladoras adequadas. 

4. CONCLUSÕES

            Esta pesquisa teve como objetivo a avaliação e elaboração de diretrizes direcionadas à melhoria de alguns postos de trabalho em uma indústria metalúrgica do polo industrial da cidade de Manaus.

            Com a utilização de algumas metodologias da Ergonomia, foi possível traçar ações finalizadas para fornecer indicações e conselhos para a correta implementação de fatores que limitam a possibilidade de lesões, prevenindo riscos de segurança e incapacidade para o trabalho.

A melhoria dos níveis de usabilidade, segurança das máquinas e segurança do ambiente de trabalho representam um valor adicional.

            Os efeitos positivos são os seguintes:

  1. A redução dos riscos relacionados à postura, movimentos e esforços inadequados;
  2. A melhoria dos níveis de segurança e conforto dos trabalhadores;
  3.  A melhoria das condições de trabalho, ganhando tempo em cada tarefa e consequentemente efeitos positivos durante o processo produtivo, como maior controle na qualidade do produto, otimização do tempo de trabalho e procedimentos de segurança.

No fator idade no ambiente de trabalho, foi possível notar que há preconceito e falta de diálogo dos dois lados (mais jovens e mais velhos). Na questão das tarefas de trabalho, ambos apresentam a cota de produção esperada na jornada de trabalho. Uma solução que a empresa deve assumir é um melhor diálogo e apresentação de palestras educativas. A empresa se comprometeu a mudar o posicionamento e postura com intuito de melhorar o ambiente de trabalho.  

5. REFERÊNCIAS

[1] Barbosa Filho AN. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 5a ed. São Paulo: Atlas; 2016.

[2] Dubrin, A.J Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

[3] Dul, J.; Weerdmeester, B. Ergonomia Prática. 3. Ed. São Paulo: Blucher, 2012.

[4] Marková, P., Prajová, V., Homokyová, M., Horváthová, M.: Human factor in industry 4.0in point of view ergonomics in Slovak Republic. In: Proceedings of the 30thInternational DAAAM Symposium Intelligent Manufacturing and Automation, pp. 284–289.DAAAM International, Vienna, 2019.

[5] Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segurança e Saúde na Indústria Mundial. OIT, Genebra, 2020.

[6] Pheasant S., Haslegrave C.M. Bodyspace: antropometria, ergonomia e design do trabalho, 3ª ed. CRC Press, Taylor e Francis, Boca Raton, 2015.

[7] Vavruska, J.: Ergonomics way to MOCAP. In: Proceedings of the Conference Applied Ergonomics, pp. 2–9. Faculty of Mechanical Engineering, Praha, 2019.


[1] E-mail: alexpaulaen@gmail.com

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