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FORMAÇÃO DA CIDADE ANTIGA E MEDIEVAL

FORMAÇÃO DA CIDADE ANTIGA E MEDIEVAL

Ana Maria Oliveira Seixas Ferreira¹

Sérgio Ivan Gil Braga² 


RESUMO 

O artigo abordará o processo histórico da cidade na Antiguidade e na era medieval destacando suas principais características. Este estudo irá expor também o início e evolução da cidade, assim como o surgimento do comércio. O objetivo do artigo é analisar o processo de formação da cidade, desde o período paleolítico até o período medieval, abordando aspecto como o homem em seu período pré-histórico, neolítico, paleolítico e medieval; a agricultura como parceira do homem: o comércio como influência para o crescimento e evolução da cidade e os santuários como primeiras cidades. Abordar-se-á também o papel da igreja, principalmente na era medieval, nas manifestações da criação da cidade urbana. 

Palavras-chave: Homem. História Cidade. Medieval. 

RESUMEN 

El artículo abordará el proceso histórico de la ciudad en la Antigüedad y en la Era Medieval destacando sus principales características. Este estudio irá exponer también el inicio y evolución de la ciudad, así como el surgimiento del comercio. El objetivo del artículo es analizar el proceso de formación de la ciudad, desde el periodo paleolitico hasta el periodo medieval, abordando aspecto como el hombre en su periodo prehistórico, neolitico, paleolitico y medieval: la agricultura como compañera del hombre: el comercio como influencia para el crecimiento y evolución de la ciudad y los santuarios como primeras ciudades. Se abordará tambien el papel de la iglesia, principalmente en la era medieval, en las manifestaciones de la creación de la ciudad urbana. 

Palabras-llave: Hombre. Historia. Ciudad. Medieval. 

Introdução 

A formação das cidades está ligada ao sedentarismo do ser humano. Por volta de 9.000 a.C. o fenômeno do sedentarismo já era uma realidade. Antecedeu a esse processo uma onda de seca no Oriente Médio que provocou certo impacto na caça fazendo o homem procurar outras formas de alimentos. 

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1 Mestra em Bioética pela Universidad Europea Del Atlántico

2 Professor Titular da Universidade Federal do Amazonas – UFAM

O processo histórico de formação das cidades inicia-se com o quarto período glaciário (12.000 e 10.000) onde pelo fato da modificação climática, o homem teve que buscar outras formas de alimentos além da caça.

O homem sentia, perpetuamente, um mito de veneração, de amor perante o poder da natureza, por isso os lugares mais propícios para alimento eram as proximidades de grandes rios. 

O ano de 5.000 a.C. é o marco inicial para o surgimento das primeiras povoações conhecidas como cidades. Já pelo ano de 6.000 a.C. surgem inovações técnicas como o arado e as pessoas já se concentravam nos vales fluviais de rios como o Tigre, o Eufrates, o Nilo, o Indo e no rio Hucango na China. 

As cidades também começam a se espalhar às margens e proximidades do mar Mediterrâneo, o surgimento de Roma em 2.700 a.C. atesta esse fato. Com a navegação marítima mais segura, as cidades passaram a ocupar significativamente as margens dos mares, o que facilitava o comércio. 

As primeiras cidades eram geralmente pequenas (não chegando nem a 25 mil habitantes), porém sua importância não era dada por seu tamanho, mas sim pela maneira que se organizava socialmente. 

Com o surgimento do comércio, do capitalismo e das grandes navegações, as cidades começaram, outra vez, a ganhar lugar de destaque no cenário mundial. Porém, foi o surgimento da indústria que transformou definitivamente a cidade em ponto de concentração, das novas práticas (econômica, política, etc.) e começou a atrair pessoas, transformando-se em espaços de hierarquização e de comando. 

As cidades surgiram não pelo lado econômico, mas sim pelo lado político, como lugar de produção e dominação. 

1. Formação da cidade 

Em meio às andanças inquietas do homem paleolítico, os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente, uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedra, um túmulo coletivo. A cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos. O aspecto da cidade construída para os vivos também mudou quanto ao lugar dos mortos.

Nesses antigos santuários paleolíticos, como nos primeiros túmulos e montes sepulcrais, encontram-se os primeiros indícios de vida cívica, provavelmente muito antes de poder sequer suspeitar-se de qualquer agrupamento permanente em aldeias. 

A cidade torna-se também a cidade dos mortos: o cemitério, um lugar de sociabilidade, alheia a todo respeito religioso. (LE GOFF. 1998. p.11) 

Segundo Mumford (1998, p.11), antes da cidade, havia pequenas populações, o santuário e a aldeia. Antes da aldeia, o acampamento, o esconderijo, a caverna, o monte de pedras: e antes de tudo isso, havia certa predisposição para a vida social que o homem compartilhava, evidentemente, com diversas outras espécies de animais.

As contribuições mais significativas para a estabilidade e continuidade decorrem do nosso passado animal. Muitas criaturas, inclusive os peixes, reúnem-se em rebanhos e cardumes para a reprodução e o cuidado de seus filhos, sendo esse um dos aspectos da cidade primitiva, assim como o seu senso de isolamento defensivo conjugado com sua superficial pretensão de territorialidade”, remontando antecedente na evolução animal.

O aparecimento real da cidade ocorreu como resultado final de uma reunião remota entre os componentes paleolíticos e neolíticos. O intercâmbio entre as duas (neolítica e paleolítica) culturas se deu no decorrer de um longo período, no fim, os processos masculinos venceram pela simples força do dinamismo. 

Várias famílias formaram asfratrias³. Várias fratrias formavam as tribos, e as diversas tribos da cidade. Cidades são, portanto, sociedades perfeitamente análogas e nascidas uma das outras. 

Das tribos como família e da fratria constituíam-se o corpo independente, reunidas em tribos, e essas tribos poderiam associar-se sobre condição de culto de cada um ser respeitado. No dia em que fincou essa aliança, nasceu a cidade. 

O homem paleolítico precisava de um amplo raio de ação e grande liberdade de movimentos, e a sorte com a esperteza e a perícia na economia do homem de então. 

As aldeias mesolíticas surgem como os primeiros vislumbres da finalidade agrícola e da mesma forma, os primeiros animais domésticos, os animais de estimação e guardião da casa, porcos, galinha, patos, gansos e acima de tudo, o cão, o mais antigo companheiro animal do homem. 

 A prática de se reproduzirem os vegetais comestíveis por meio de mudas como ocorre com a tamareira, a oliveira, a figueira, a macieira e a videira, provavelmente vem dessas culturas mesolíticas.

Na sociedade agrícola desse tempo conservam, apesar de tudo, uma importância primordial. É indispensável tomarmos bem conta do papel que desempenharam se quiser compreender o que lhe será as suas circunscrições diocesanas sobre as circunscrições das cidades romanas. 

A casa e a aldeia, com o tempo à própria cidade, são obras da mulher. Era a mulher que manejava o bastão de cavar ou a enxada. Era ela quem cuidava do jardim e foi ela quem conseguiu essas obras-primas de seleção e cruzamento que transformaram espécies selvagens rudes em variedades domésticas, políticas e ricamente nutritivas. Foi a mulher que fabricou os primeiros recipientes. 

As cidades que aí encontramos foram privadas de dois dos atributos fundamentais das cidades da idade média, e dos tempos modernos: uma população burguesa e uma organização municipal. (PIRENNE, 1973. p.49). 


Toda a sociedade sedenta experimenta a necessidade de fornecer aos seus membros, centro de reunião, ou se quiser lugares de encontro. As primeiras construções feitas pelo homem pareciam ter sido recintos de pretensão. A celebração do culto, o arranjo dos mercados, as assembleias políticas e judiciárias, fixam-se em locais destinados a receber os homens que querem ou devem participar nesses atos. 

A nova associação simbiótica do homem com animais e plantas favorável ao posterior desenvolvimento da cidade, antes que começasse a existir a cidade, a aldeia já criara o vizinho, o que mora perto dentro de uma distância onde é fácil chamá-lo, compartilhando as crises da vida, velando os que agonizam chorando solidariamente pelos mortos, rejubilando-se num banquete nupcial ou um nascimento. 

O homem paleolítico precisava de um amplo raio de ação e grande liberdade de movimentos, e a sorte com a esperteza e a perícia na economia do homem de então. 

Surgiu no período mesolítico, talvez há quinze mil anos. Uma cultura baseada no emprego de crustáceo e peixe, possivelmente de sargaços e tuberosas plantadas, tudo isso suplementados, sem dúvidas, por outros suprimentos alimentares menos certos.

Como resultado dessa união das duas culturas, provavelmente terá ocorrido justamente ao mesmo tempo, a mais ampla espécie de cruzamento e entre mistura. Isso deu à cidade potencialidades, capacidades que nem o caçador, nem o mineiro, nem o criador de gado, nem camponês, jamais teria sido capaz de explorar, caso fosse deixado a si mesmo em seu habitat regional.

Em nenhuma civilização a vida urbana se desenvolveu independentemente do comércio e da indústria. A diversidade do clima, dos povos ou das regiões é tão indiferente a este fato como a das épocas. Impõe-se no passado as cidades do Egito, da Babilônia, da Grécia, do Império Romano ou do Império árabe, como hoje se impõe às cidades da Europa ou da América, da índia, do Japão ou da China. (PIRENNE. 1973. p. 103). 

A vida urbana relaciona-se com o comércio e a Indústria. Entre a cidade e seus vizinhos há uma permanente relação de serviços. O comércio e a indústria são indispensáveis para a manutenção desta recíproca dependência. Sem a importação que assegura o abastecimento, sem a exportação a compensar com objetos de troca, a cidade morrerá. 

A palavra ville, para designar aquilo que chamamos de cidade, é muito tardia. Até os séculos XI e XII, escreve-se que estritamente em latim e. para designar uma cidade, usava-se civitas, cite 

A cidade era uma confederação. Por isso foi obrigada pelo menos durante vários séculos, a respeitar a independência religiosa e civil das tribos, das cúrias e das famílias. Assim, a cidade não é uma reunião de indivíduos: é uma confederação de vários grupos que já estavam constituídos antes dela e que ela deixa subsistirem.

 2. A cidade medieval 

A Idade Média ou Era Medieval é o período compreendido entre a deposição do último soberano do Império Romano do Ocidente Rômulo (476. século V), até a conquista da cidade de Constantinopla, pelos turcos (1453. século XV), pondo fim ao Império Bizantino. 

A história da cidade começava pelo ato da fundação, e registrava o nome sagrado do fundador. Depois, enumerava as lendas, os deuses da cidade, os heróis protetores. A história da cidade dizia ao cidadão aquilo em que devia acreditar, e tudo aquilo que deveria adorar. 

Na antiguidade, um considerável número de cidadãos era constituído por proprietários de bens de raiz, vivendo quer do trabalho, quer do rendimento das terras que possuíam no exterior, mas não restam dúvidas de que, à medida que as cidades se engrandeceram, os artistas e os comerciantes se tornaram cada vez mais numerosas.

As cidades episcopais com pouca expressão econômica, pequeno comércio, sendo sustentado por impostos pagos pelos latifúndios de bispos e abades: e os burgos – povoados fortificados, com muralhas e fossos, sob controle do senhor feudal ou príncipe, eram os tipos de aglomerações urbanas existentes na Idade Média.

As cidades da Idade Média apresentam-nos um espetáculo muito diferente. O comércio e a indústria fizeram delas o que elas foram. Não cessaram de crescer sob a sua influência. Nunca antes existiu uma classe de homens tão especificamente, tão estreitamente urbana, como o foi à burguesia medieval. Expansão do comércio e do movimento urbano.  

Progresso do comércio as cidades se multiplicam. Aparecem ao longo de todas as vias naturais por onde ele se difunde. 

Os mercados da época carolíngia ⁴ eram simples mercados locais, visitados pelos camponeses dos arredores e por alguns vendedores ambulantes. Tinham unicamente por finalidade prover ao abastecimento das cidades e dos burgos. Só se realizavam uma vez por semana e as suas transações eram limitadas pelas necessidades domésticas dos habitantes, muito pouco numerosas, desta espécie sempre existiram e existem ainda hoje em milhares de pequenas cidades e aldeias.

Faltava esse caráter permanente que é indispensável à fixação do negócio. Os mercadores dirigiam-se para lãs porque estavam situadas na grande via de trânsito que corre do mar do norte à Normandia. Lugares de troca, onde se encontravam vendedores e compradores do norte ou sul. Sem dúvidas, aconteceu muitas vezes, que uma feira tenha sido fixada no local onde continuou um aglomerado mercantil. 

A formação das cidades da Idade Média é quase um fenômeno tão nitidamente determinado pelo meio geográfico e pelo meio social como o curso dos rios é determinado pelo relevo das montanhas e a direção dos vales. 

A sociedade laica só solicitava a sua atenção em relação com a sociedade religiosa. Não podiam esquecer a descrição de guerra e de conflitos políticos que exerciam a sua repercussão sobre a igreja, mas como podiam ter cuidados de notar as origens da vida urbana a qual a compreensão não lhe fazia menos falta do que simpatia.

Quanto às fontes de origem urbana, quer dizer, escritas e compostas por burgueses, não existe nenhuma que seja anterior ao fim do século XII. E se, portanto, obrigado, haja o que houver, a ignorar muito, estudo da origem das cidades, à combinação e a hipótese. O povoamento das cidades escapa-se nos seus por menores. Não se sabe como os primeiros mercadores que aí se viram fixar se instalaram no meio ou à margem da população presente. 

Na história da formação das cidades, o subúrbio comercial ultrapassou em muito a importância do burgo feudal. As cidades da Idade Média eram cidades-fortalezas. Não se pode pensar nesta época numa cidade sem muralha. A cidade não era a única nem a mais antiga fortaleza. Em regiões fronteiriças disputadas ou em estado de guerra crônico, toda aldeia constrói suas fortificações 

Na Idade Média, o castelo, lugar de poder econômico e político, domina a sociedade camponesa. É muitas vezes contra o poder senhorial que a cidade afirmou sua independência e, depois, sua influência sobre o campo ao redor. (LE GOFF. 1998. p.12) 

A cidade tornou-se um burgo aglomerado mercantil, já era chamado, ao lado do velho burgo primitivo, pelo nome do novo burgo, foi devido a isso que os seus habitantes receberam, o mais tardar, depois do começo do século XI, o nome de burgueses (burgenses). A primeira menção desta palavra pertence à França, onde se dá a partir de 1007. A população das primitivas fortalezas, mas na população emigrada que o comércio fez fluir à sua volta o que, a partir do século XI começou a buscar ver os antigos habitantes. 

O mercado intra muros era instalado perto da porta por onde chegava o abastecimento. Animava regularmente as praças e permanecia como o lugar dos bons negócios.

A partir do século X, mas principalmente do XI, é o grande período de urbanização. Esse desenvolvimento urbano faz-se a partir dos núcleos. Esses núcleos são denominados ou por um senhor eclesiástico, o bispo em geral, nas cidades episcopais, ou por um senhor leigo, sobretudo um conde, desde a época carolíngia. 

A partir do século XIII, a notória opulência da Igreja suscita a dúvida em número cada vez maior de fiéis. 

No meio da anarquia dos séculos IX e X, ascendente da Igreja permaneceria intacta e ela mostrava-se digna disso para combater o flagelo das guerras privadas que a realização era doravante incapaz de reprimir, os bispos organizavam nas suas dioceses a paz de Deus. Esta predominância dos bispos conferiu naturalmente às suas residências, quer dizer, as antigas cidades romanas, uma importância sensível salvou-se da ruína. Na economia do século IX já não tinha, como feito, razão de existir, a maior parte da sua população. Com os mercadores desapareceu o caráter urbano que haviam conservado ainda durante a época merovíngia ⁵. Para a sociedade laica, não apresentavam já a menor utilidade. 

A cidade onde se encontrava fixada a sede da sua diocese. Tornadas sem prestígio para a administração civil, as cidades não perderam a sua qualidade de centro de administração religiosa. Cada diocese ficou agrupada em volta da cidade que encerrava a sua catedral. 

A jurisdição eclesiástica, que já exerciam sobre o clero junta-se, pois, uma jurisdição laica que confiaram a um tribunal constituído pelos seus e cuja sede foi fixada, naturalmente, na cidade em que tinham a sua residência. Compunham-se do clero da igreja Catedral e de outras igrejas agrupadas à sua volta, de monges dos mosteiros que vieram fixar-se, algumas vezes em grande quantidade, na sede da diocese, de professores e estudantes das escolas eclesiásticas, dos servidores, enfim, e dos artistas livres, que eram indispensáveis às necessidades do culto e às da existência diária da aglomeração clerical. 

Quase sempre se encontrava na cidade um mercado semanal, onde os camponeses dos arredores traziam seus produtos. Algumas vezes, mesmo, realizava-se uma feira anual (cannualismercatus). Várias entradas da cidade recebiam o imposto sobre tudo o que entrava ou saia. Uma oficina monetária funcionava no interior das muralhas. Al se encontravam também algumas torres habitadas pelo bispo, pelos seus procuradores ou pelos seus castelos.

Por fim é preciso juntar a tudo isto os celeiros e os armazéns, onde vinham acumulando-se as colheitas episcopal e monásticas carreadas em épocas fixadas pelas rendeiras do exterior. Afluíam à cidade, as grandes feiras do ano, os fiéis da diocese animavam-se durante alguns dias o bispo exercia um direito de polícia bastante mal definido, graças ao qual administrava o mercado, regulava o recebimento do imposto, vigiava a cunhagem ⁶ das moedas provia à manutenção das entradas das pontes e das trincheiras. Um regime teocrático substituirá completamente o regime municipal da antiguidade. 

Entre a cidade e seus vizinhos há uma permanente relação de serviços. O comércio e a indústria são indispensáveis para a manutenção desta recíproca dependência. Sem a importação que assegura o abastecimento, sem a exportação a compensar com objetos de troca, a cidade morrerá. 

Pode supor-se, no entanto, que a crise econômica à qual a natureza foi submetida no século XII como consequência da diminuição das suas receitas não deixou de ter influência na sua desaparição das cidades. A nobreza deve ter achado vantajoso vender aos burgueses as construções que possuía nas cidades e cuja transformação em terrenos de construção  aumentava enormemente o valor. A fundação de novas paróquias à medida que subia a cifra dos habitantes multiplicava o número e os recursos do clero secular. 

Considerações Finais 

Considera-se que o aparecimento das primeiras cidades está relacionado a uma revolução agrícola desenvolvimento de tecnologia e geração de excedentes na agricultura). A partir do momento que o ser humano começou a ter alguma técnica agrícola ele deixa de ser nômade surge uma divisão do trabalho originando-se, a partir de então, os primeiros aglomerados urbanos. Pode-se dizer, a princípio, que a cidade nasce da necessidade de se organizar em um dado espaço no sentido de integrá-lo e aumentar sua independência visando determinado fim. 

Dificilmente poderemos imaginar algo mais solidamente constituído do que a família do mundo antigo, com seus deuses, seu culto, seu sacerdote e seu magistrado. Nada de mais forte existiu que essa cidade, que tinha em si mesmo a sua religião, seus deuses, protetores e seus sacerdotes independentemente que dominava tanto sobre a alma, como sobre o corpo do homem e que, infinitamente mais poderoso que o estado moderno reunia em si as duas autoridades, hoje partilhada entre o estado e a igreja. Se existiu uma sociedade construída para durar, foi certamente essa. 

O Estado considerava o corpo e a alma de cada cidadão como propriedade sua. Por isso queria moldar o corpo e a alma de modo a tirar deles o melhor partido. Ensinava-lhe a ginástica, porque o corpo do homem era uma arma das cidades e por isso se fazia necessário que fosse a mais forte e ágil possível. Ensinava-lhe os cantos religiosos, os hinos e as danças sagradas. Porque esse conhecimento era indispensável à boa execução dos sacrifícios e feitos da cidade.

Referências 

Cidades da antiguidade que surgiram ao redor de rios na Asia e na África. Disponível em: <htttps://www.cidadeselugares.blogspot.com.br/2011/02/cidades-da-antiguidade-que-surgiram-ao.html> Acesso: 11/03/2016. 

Como surgiram as primeiras cidades. Disponível em: <https://www.jonashenriquelima.wordpress.com/2011/07/06/como_surgiram_as_primeiras_cidades/> Acesso: 11/03/2016.

 COULANGES. Fustel de. A cidade antigu. São Paulo: Martin Claret. 2006, 

Cunhagem. Disponível em: <https://www.pt.wikipedia.org/wiki/cunhagem>Acesso: 15/03/16. 

Formação das cidades. Disponível em:<https://www.cidadeselugares.blogspot.com.br/2011/11/formacao-das-cidades.html>  Acesso: 11/03/2016

 Idade Média. Disponível em: Acesso: 11/03/2016. Império Carolingio. Disponível em: <https://www.brasilescola.uol.com.br/historiag/conceito-idade-media.htm> Acesso: 15/03/2016. 

Império Merovingio. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/reinomerovingio/> Acesso: 15/03/16. 

MUNFORD. Lewis. A cidade na história. São Paulo: Martin Claret, 1998, p. 9-36.

 PIRENNE. Henri. As cidades da Idade Media. Lisboa: Publicações Europa América, págs. 49-64: 103-130. 

WEBER. Max. Conceito e categorias da cidade. In: Economia e sociedade. Brasília: Editora UNB. 1999. p. 408-425.

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