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A INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO ACADÊMICA NA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL I – UMA REVISÃO DE LITERATURA

A INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO ACADÊMICA NA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL I – UMA REVISÃO DE LITERATURA

A INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO ACADÊMICA NA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL I – UMA REVISÃO DE LITERATURA

THE INFLUENCE OF ACADEMIC EDUCATION ON THE PEDAGOGUE’S PERFORMANCE IN ELEMENTARY SCHOOLS I – A LITERATURE REVIEW

 

                                                                                             Zaira Patrícia Araújo Esper[1]   Odovaldo Lourenço Cativo Serrão[2]

 

 

Resumo

A formação inicial do pedagogo deve ser alinhada às necessidades práticas da sala de aula, promovendo não apenas o domínio do conteúdo curricular, mas também habilidades de gestão de sala, desenvolvimento de metodologias ativas e práticas inclusivas. Essa abordagem ajuda a moldar educadores mais preparados para enfrentar os desafios do cotidiano escolar. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo aprofundar-se na análise da formação acadêmica dos pedagogos, discutir sua aplicabilidade na prática e identificar os obstáculos que esses profissionais enfrentam. Compreender como a teoria se articula com a prática é crucial para promover melhorias na formação dos educadores, contribuindo assim para uma educação de qualidade que atenda às necessidades do presente e do futuro. Trata-se de um revisão bibliográfica, onde adotou-se uma abordagem qualitativa que visa explorar a relação entre a formação acadêmica dos pedagogos e sua atuação nas escolas de Ensino Fundamental I, utilizando-se de artigos, teses e dissertações publicados entre 2020 e 2025, nas bases de dados acadêmicas como Google Scholar, CAPES, e periódicos especializados na área da educação. Os dados levantados mostram que, apesar de muitos cursos de pedagogia abordarem disciplinas essenciais, a conexão entre teoria e prática ainda precisa ser aprimorada. A formação continuada emerge como um espaço crucial para que os pedagogos possam se atualizar e refletir sobre suas práticas, o que é indispensável em um ambiente educacional em constante mudança. Além disso, os desafios enfrentados pelos educadores, como a falta de experiência prática e a necessidade de formação mais integrativa, são elementos que precisam ser endereçados por instituições de ensino superior e políticas educacionais. Assim, torna-se evidente que a formação acadêmica deve ser repensada e aprimorada, de modo a capacitar os pedagogos não apenas para o ensino do conteúdo, mas também para a criação de ambientes de aprendizagem que atendam às diversidades e necessidades de seus alunos.

A formação inicial do pedagogo deve ser alinhada às necessidades práticas da sala de aula, promovendo não apenas o domínio do conteúdo curricular, mas também habilidades de gestão de sala, desenvolvimento de metodologias ativas e práticas inclusivas. Essa abordagem ajuda a moldar educadores mais preparados para enfrentar os desafios do cotidiano escolar. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo aprofundar-se na análise da formação acadêmica dos pedagogos, discutir sua aplicabilidade na prática e identificar os obstáculos que esses profissionais enfrentam. Compreender como a teoria se articula com a prática é crucial para promover melhorias na formação dos educadores, contribuindo assim para uma educação de qualidade que atenda às necessidades do presente e do futuro. Trata-se de um revisão bibliográfica, onde adotou-se uma abordagem qualitativa que visa explorar a relação entre a formação acadêmica dos pedagogos e sua atuação nas escolas de Ensino Fundamental I, utilizando-se de artigos, teses e dissertações publicados entre 2020 e 2025, nas bases de dados acadêmicas como Google Scholar, CAPES, e periódicos especializados na área da educação. Os dados levantados mostram que, apesar de muitos cursos de pedagogia abordarem disciplinas essenciais, a conexão entre teoria e prática ainda precisa ser aprimorada. A formação continuada emerge como um espaço crucial para que os pedagogos possam se atualizar e refletir sobre suas práticas, o que é indispensável em um ambiente educacional em constante mudança. Além disso, os desafios enfrentados pelos educadores, como a falta de experiência prática e a necessidade de formação mais integrativa, são elementos que precisam ser endereçados por instituições de ensino superior e políticas educacionais. Assim, torna-se evidente que a formação acadêmica deve ser repensada e aprimorada, de modo a capacitar os pedagogos não apenas para o ensino do conteúdo, mas também para a criação de ambientes de aprendizagem que atendam às diversidades e necessidades de seus alunos.

Palavras-chave: Pedagogo. Influência. Formação acadêmica. Educação de qualidade. Ensino Fundamental I.

 

Abstract

The initial formation of the educator should be aligned with the practical needs of the classroom, promoting not only the mastery of curriculum content, but also room management skills, development of active methodologies and inclusive practices. This approach helps to shape educators better prepared to face the challenges of daily school life. Thus, this research aims to deepen the analysis of the academic formation of the educators, discuss their applicability in practice and identify the obstacles that these professionals face. Understanding how the theory articulates with practice is crucial to promoting improvements in educators’ formation, thus contributing to quality education that meets the needs of the present and the future. This is a bibliographic review, where a qualitative approach was adopted that aims to explore the relationship between the academic education of the educators and their performance in elementary schools I, using articles, theses and dissertations published between 2020 and 2025, in the academic databases such as Google Scholar, Capes, and specialized education journals. The data collected show that although many pedagogy courses address essential disciplines, the connection between theory and practice still needs to be enhanced. Continuing background emerges as a crucial space for educators to update and reflect on their practices, which is indispensable in an educational environment in constant change. In addition, the challenges faced by educators, such as the lack of practical experience and the need for more integrative training, are elements that need to be addressed by higher education institutions and educational policies. Thus, it is evident that academic formation must be rethought and improved, in order to enable educators not only for the teaching of content, but also for the creation of learning environments that meet the diversity and needs of their students.

Keywords: Pedagogue. Influence. Academic background. Quality education. Elementary School I.

 

 

  1. Introdução

 

A formação acadêmica do pedagogo é um tema central para a qualidade da educação nas escolas de Ensino Fundamental I, uma vez que esta etapa é crucial para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças.

De acordo com Silva e Almeida (2022), a formação inicial do pedagogo deve ser alinhada às necessidades práticas da sala de aula, promovendo não apenas o domínio do conteúdo curricular, mas também habilidades de gestão de sala, desenvolvimento de metodologias ativas e práticas inclusivas. Essa abordagem ajuda a moldar educadores mais preparados para enfrentar os desafios do cotidiano escolar.

Além da formação inicial, a formação continuada também se destaca como um componente essencial na atuação do pedagogo. Conforme argumentam Costa e Lima (2023), o mundo educacional está em constante transformação, demandando que os profissionais se mantenham atualizados em relação às novas metodologias de ensino e às inovações tecnológicas.

A capacitação contínua permite que os pedagogos adquiram novas competências, possibilitando uma prática pedagógica mais reflexiva e contextualizada. Os autores ressaltam que essa formação é fundamental para promover uma educação que respeite a diversidade e busque atender às diferentes necessidades dos alunos.

Outra dimensão importante a ser considerada é a relação entre a formação acadêmica e a identidade profissional do pedagogo. Segundo Mendes (2021), a formação não apenas fornece conhecimentos técnicos, mas também contribui para a construção de uma identidade profissional sólida.

A forma como o pedagogo se vê em sua função e as crenças que possui sobre a educação podem ser influenciadas pela qualidade da formação recebida. Professores que se sentem seguros e bem preparados têm maior probabilidade de desenvolver práticas pedagógicas inovadoras e eficazes, refletindo diretamente na aprendizagem dos alunos.

O investimento na formação acadêmica do pedagogo, aliado a uma gestão escolar que valorize o aprendizado contínuo, é essencial para promover uma educação de qualidade nas escolas de Ensino Fundamental I.

A eficácia da atuação pedagógica não depende apenas de conhecimento técnico, mas de uma formação que considere as realidades e desafios do ensino, capacitando os educadores a atuar de forma crítica e reflexiva. Entende-se que a formação acadêmica é um pilar fundamental para a melhoria da educação no país, refletindo não apenas na prática escolar, mas também no desenvolvimento integral dos alunos e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Na verdade, a formação acadêmica dos pedagogos deve sempre ser discutida, a fim de se obter uma regularidade na qualidade da educação nas escolas de Ensino Fundamental I. Essa etapa torna-se essencial para o desenvolvimento das crianças, pois é nela que se constroem as bases do aprendizado, que influenciarão suas trajetórias futuras.

O papel do pedagogo vai além da simples transmissão de conhecimento, ele se torna um facilitador que precisa compreender e atender às diferentes realidades e necessidades dos alunos. De acordo com estudos recentes, a formação inicial e a formação continuada dos educadores têm um impacto significativo em sua prática pedagógica e, consequentemente, nos resultados de aprendizagem dos estudantes (SILVA; OLIVEIRA, 2023; MARTINS, 2022).

Ao examinar a formação acadêmica dos pedagogos, é fundamental entender quais disciplinas são incluídas nos cursos de pedagogia e como essas matérias se aplicam na sala de aula. Os currículos devem incorporar tanto conteúdos teóricos quanto experiências práticas que ajudem os futuros educadores a desenvolverem suas habilidades.

Almeida e Santos (2022) sinalizam que muitos cursos estão abordando tópicos relevantes, como psicologia educacional, didática e metodologias inovadoras, necessárias para capacitar os pedagogos diante dos desafios do ambiente escolar. No entanto, a relação entre a teoria estudada e a prática vivenciada ainda apresenta pontos delicados, uma vez que muitos professores se sentem inseguros ao aplicar o que aprenderam na graduação (CUNHA; PEREIRA, 2021).

Outro aspecto a ser considerado é a relação com a formação continuada, que se tornou cada vez mais relevante. Com as mudanças constantes no cenário educacional, é vital que esses profissionais busquem sempre se atualizar a respeito de novas abordagens e metodologias. A formação continuada complementa o ensino inicial e proporciona oportunidades de reflexão sobre as práticas pedagógicas.

Brown (2023) destaca que esse tipo de formação é essencial para formar educadores críticos e reflexivos, que estão dispostos a aprimorar suas abordagens educativas e a se adequar às demandas atuais.

Além disso, identificar os desafios enfrentados pelos pedagogos em função de sua formação acadêmica é fundamental para entender melhor o contexto em que atuam. Muitos educadores ressaltam que a formação inicial pode não ser suficiente para prepará-los adequadamente para a prática diária nas escolas. Questões como a falta de experiência real durante a graduação e a carga horária inadequada para disciplinas essenciais são frequentemente mencionadas (MARTINS, 2022). Essas dificuldades podem impactar a confiança dos pedagogos em sua atuação, refletindo-se na motivação e no engajamento dos alunos.

Diante dessas questões, este estudo tem como objetivo aprofundar-se na análise da formação acadêmica dos pedagogos, discutir sua aplicabilidade na prática e identificar os obstáculos que esses profissionais enfrentam. Compreender como a teoria se articula com a prática é crucial para promover melhorias na formação dos educadores, contribuindo assim para uma educação de qualidade que atenda às necessidades do presente e do futuro.

 

  1. METODOLOGIA

 

Para a realização deste artigo de revisão bibliográfica, foi adotada uma abordagem qualitativa que visa explorar a relação entre a formação acadêmica dos pedagogos e sua atuação nas escolas de Ensino Fundamental I. A metodologia consistiu nas seguintes etapas:

Seleção de Fontes: Nesta fase inicial envolveu a busca por literatura contemporânea publicada entre 2020 e 2025. As fontes incluiram livros, artigos acadêmicos, teses e dissertações que discutiam a formação dos pedagogos, suas práticas e os desafios enfrentados. A busca foi realizada em bases de dados acadêmicas como Google Scholar, CAPES, e periódicos especializados na área da educação.

Critérios de Inclusão e Exclusão: Foram considerados apenas estudos e pesquisas que que abordem diretamente a formação acadêmica dos pedagogos e sua relação com a prática docente nas escolas de Ensino Fundamental I. Pesquisas fora do escopo ou que não apresentem uma discussão clara sobre a aplicabilidade prática da formação foram excluídas da análise.

Análise e Classificação: Após a seleção das fontes, os textos escolhidos foram analisados de forma crítica. O objetivo foi identificar temas recorrentes, metodologias utilizadas nos cursos de pedagogia e os principais desafios enfrentados pelos pedagogos em sua atuação. Essa análise incluiu a classificação dos textos em categorias, como “disciplinas oferecidas”, “formação continuada” e “desafios enfrentados”, facilitando a organização das informações.

Síntese e Interpretação: Com base nas categorias definidas, foi feita uma síntese das informações extraídas dos textos selecionados, buscando apontar as relações entre a formação acadêmica e a prática pedagógica. A interpretação dos dados levou em conta as particularidades do contexto educacional brasileiro e as necessidades dos alunos nas escolas de Ensino Fundamental I.

Discussão dos Resultados: Por fim, os resultados obtidos foram discutidos em relação ao contexto atual da educação, buscando fornecer uma visão crítica sobre a formação dos pedagogos e suas implicações na prática docente. Essa discussão considerou as limitações da literatura revisada e apontou direções para futuras pesquisas na área.

Essa metodologia buscou garantir uma análise abrangente e aprofundada da relação entre a formação acadêmica dos pedagogos e sua efetividade na prática educacional, contribuindo para o entendimento das necessidades formativas desses profissionais.

 

 

  1. Resultados e discussão

3.1 Aplicabilidade na Prática e Obstáculos encontrados pelos pedagogos

 

A preparação acadêmica do pedagogo deve contemplar não apenas a fundamentação teórica, mas também a capacitação para lidar com desafios complexos presentes no cotidiano escolar. Estes envolvem tanto a inclusão de alunos com necessidades especiais quanto a mediação de conflitos, o uso intencional de tecnologias educacionais e a compreensão das diversidades culturais e socioeconômicas.

Na prática, contudo, existem diversas lacunas que dificultam a aplicação eficaz desses saberes. A primeira delas é a formação insuficiente para lidar com a heterogeneidade da sala de aula. Ainda que a legislação e as normas que preconizam uma educação inclusiva estejam em vigor, especialmente a partir das conquistas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), muitos pedagogos relatam sentir-se despreparados para atuar com estudantes em contextos de vulnerabilidade social ou com deficiências específicas (SILVA et al., 2020; MATTOS & FERREIRA, 2023).

Outro desafio emergente é a integração tecnológica no ensino. A pandemia de COVID‑19 acelerou de forma abrupta o processo de digitalização, exigindo que os profissionais da educação dominassem plataformas virtuais de ensino, recursos multimodais e aplicativos pedagógicos.

Porém, estudos recentes revelam que essa transição evidenciou lacunas na formação docente: além da falta de tempo e de recursos para formação continuada, houve resistência de parte dos professores em adotar novas tecnologias por falta de suporte institucional ou mesmo por insegurança em utilizá-las pedagogicamente (NEW SCIENCE, 2025).

Inúmeras pesquisas apontam que muitos ainda se concentram em aspectos técnicos em detrimento de uma apropriação crítica que leve em consideração ética (privacidade e inclusão digital) e acessibilidade (BESERRA, 2024; FISSELER, 2024).

A precariedade das condições de trabalho docente também agrava essa realidade. Um estudo da Fundação Carlos Chagas com dados de 10 redes estaduais e municipais mostrou que muitos professores da educação fundamental acumulam mais de 500 alunos, superando amplamente o limite recomendado e contribuindo para elevados níveis de sobrecarga, adoecimento e desgaste profissional (PEREIRA, 2025).

Outros estudos qualitativos em regiões rurais e em escolas de campo confirmam que a carência de infraestrutura adequada, jornadas exaustivas, acúmulo de funções (muitas vezes além das atribuídas à docência) e falta de apoio institucional comprometem a saúde física e emocional dos profissionais (ANDRADE; RODRIGUES, 2020; VIEGAS, 2022).

Em paralelo, fatores externos como violência, desigualdade social e evasão escolar são recorrentes em escolas localizadas em contextos vulneráveis. Nesses ambientes, o pedagogo deve empregar estratégias pedagógicas sensíveis aos traumas e realidades de seus alunos. Muitos, porém, não se sentem aptos a implementar esse tipo de abordagem, pela falta de capacitação específica que vá além das teorias tradicionais (NOZU & KASSAR 2020; SCIELO, 2020).

Frente a esse cenário multifacetado, torna-se urgente reformular a formação inicial e continuada do pedagogo. Uma proposta viável envolve estágios supervisionados em escolas que representem tanto a diversidade quanto a vulnerabilidade típicas do Brasil, além de experiências em ambientes digitais.

Programas de capacitação eficazes demonstram a importância de combinar o uso técnico de recursos com a aplicação pedagógica, com fundamentação em modelos como TPACK, que articulam conhecimento tecnológico, pedagógico e de conteúdo (KOEHLER  MISHRA, 2009).

Além disso, a educação digital, tratada como parte da Educação 4.0 e 5.0, requer que os professores desenvolvam competências éticas e críticas no uso das tecnologias, refletindo sobre questões como privacidade, acessibilidade e inclusão (Beserra, 2024; Ahmad et al., 2023).

Um estudo recente em contextos internacionais (Ning & Danso, 2025) reforça que, mesmo reconhecendo os benefícios das inovações, muitos docentes carecem de treinamento especializado e suporte institucional que favoreça sua adoção pedagógica.

Outro ponto essencial refere-se ao fortalecimento de políticas públicas. O Brasil precisa ampliar o investimento em infraestrutura escolar, estabelecer limites para a carga de turmas e atividades administrativas, e oferecer apoio permanente à formação continuada. Parcerias com universidades, secretarias de educação e redes de apoio à inclusão podem contribuir para programas contínuos, adaptados às diversas realidades regionais (Redalyc, 2021; Mattos & Ferreira, 2023).

Em síntese, a formação do pedagogo deve se transfigurar: de um processo predominantemente teórico, voltado para multiplicar o conhecimento, em direção a uma preparação situada, crítica, ética e tecnológica.

Essa transformação requer três vetores principais: o estágio imersivo em contextos diversas; a capacitação sistemática para lidar com tecnologia, diversidade e inclusão; e o suporte institucional necessário para transformar teoria em prática. Só esse conjunto,   formação crítica, infraestrutura adequada e suporte permanente, garantirá que o pedagogo esteja verdadeiramente apto a responder às demandas complexas da escola contemporânea.

 

3.2 Articulação entre Teoria e Prática para educação de qualidade

 

A formação do pedagogo, fundamental para a qualidade da educação, deve ir além da simples transmissão de conhecimentos teóricos. É crucial que essa formação integre experiências práticas que preparem os profissionais para os desafios do cotidiano escolar. Neste contexto, metodologias ativas e o uso de tecnologias educacionais desempenham um papel essencial.

A teoria precisa ser aplicada em ambientes reais de aprendizagem, promovendo o uso de plataformas digitais e metodologias inovadoras, como a aprendizagem baseada em projetos (ABP), que estimulam o envolvimento e a autonomia dos alunos. Essas abordagens não apenas incentivam a criatividade e o pensamento crítico, mas também preparam os estudantes para um mundo em constante transformação, onde a adaptabilidade é uma competência vital (SILVA, 2021).

Adicionalmente, a formação continuada é outra dimensão imprescindível na preparação do pedagogo. Iniciativas como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e o ProInfantil demonstram a crescente importância de programas de capacitação que buscam atualizar as práticas pedagógicas. No ano de 2023, dados apontaram que professores que participam de formações continuadas se sentiram mais preparados para enfrentar os desafios em sala de aula, reduzindo a evasão escolar e melhorando o desempenho dos alunos (MARTINS, 2023).

Essa capacitação constante não só atualiza o professor em relação às novas tendências educacionais, mas também promove a troca de experiências entre profissionais, criando uma rede colaborativa que fortalece a educação.

Outro aspecto relevante a ser considerado é a avaliação e adaptação curricular, uma exigência cada vez mais evidente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esta normativa estabelece que os pedagogos devem alinhar seus planejamentos às competências socioemocionais e cognitivas dos alunos, o que exige uma articulação contínua entre teoria e prática.

Em 2022, foi evidenciado que países que priorizam a formação de seus educadores tendem a alcançar melhores índices em educação, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico (ONU, 2022). Portanto, investimentos em formação continuada, políticas de valorização docente e integração tecnológica são não apenas recomendados, mas essenciais para garantir uma educação que responda efetivamente às demandas do século XXI.

Em 2024, foi reportado que projetos conjuntos resultaram em inovações significativas nas práticas pedagógicas, o que evidenciou a necessidade de uma formação que dialogue diretamente com os desafios enfrentados pelas escolas (PEREIRA, 2024). Essa interação não só enriquece a formação dos educadores, mas também propõe soluções concretas para melhorar o ambiente escolar e o aprendizado dos alunos.

Em 2025, estudos destacaram que a implementação efetiva da BNCC nos cursos de formação inicial contribuiu para um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e diversificado, refletindo na valorização do aluno como protagonista de sua própria educação (COSTA, 2025). Essa integração não apenas favorece o desenvolvimento integral dos estudantes, mas também responde às demandas sociais contemporâneas.

Além disso, o trabalho colaborativo se mostra como uma estratégia eficaz para a articulação entre universidades e escolas. Quando essas instituições se unem em projetos de pesquisa-ação, é possível abordar e resolver problemas reais do cotidiano escolar, contribuindo para a formação docente.

Neste cenário, a efetividade da formação acadêmica do pedagogo depende de uma abordagem que una teoria, prática e políticas públicas. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4) ressaltam a importância de proporcionar uma educação inclusiva e de qualidade, o que é essencial para a construção de sociedades mais justas.

 

  1. Conclusão

 

Por meio dos dados obtidos nesta pesquisa pode-se inferir que o embasamento teórico adquirido durante a graduação do pedagogo não apenas amplia o conhecimento sobre metodologias de ensino, mas também reforça a compreensão sobre o desenvolvimento infantil e as necessidades específicas de cada aluno. Essa formação permite que o profissional atue de maneira crítica e reflexiva, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino e para a promoção de um ambiente escolar que favoreça a aprendizagem.

Além do mais, é imprescindível que os pedagogos estejam em constante atualização, já que o contexto educacional é dinâmico e demanda um acompanhamento das novas abordagens e tecnologias que surgem a todo instante. A evolução contínua na formação acadêmica pode potencializar a capacidade do pedagogo de lidar com os desafios diários, transformando práticas educativas e contribuindo para o sucesso dos alunos.

O que se pode notar é que a articulação entre teoria e prática, fruto da formação acadêmica adequada, se revela fundamental não apenas para o desenvolvimento profissional do pedagogo, mas também para a formação integral dos estudantes. Desse modo, a qualidade da educação básica é diretamente impactada pelas competências e saberes que os educadores trazem para dentro das salas de aula, sublinhando a necessidade de um investimento robusto na formação dos profissionais da educação.

É fundamental que as instituições de ensino e as políticas públicas reconheçam e valorizem a formação acadêmica dos pedagogos, investindo em condições que possibilitem o desenvolvimento contínuo e a troca de experiências entre os profissionais da área. Somente assim será possível garantir uma educação de qualidade, equitativa e acessível a todas as crianças nas escolas de Ensino Fundamental I.

Nesse pensamento, este artigo refletiu sobre a influência da formação acadêmica na atuação dos pedagogos nas escolas de Ensino Fundamental I, a partir de uma revisão da literatura pertinente ao tema. A análise das diferentes dimensões da formação inicial e continuada revelou que a preparação teórica dos educadores é fundamental, mas não suficiente por si só. É claro que a aplicação prática do conhecimento adquirido na formação muitas vezes apresenta desafios significativos, principalmente quando se trata de adaptar a teoria ao cotidiano escolar.

Os dados levantados mostram que, apesar de muitos cursos de pedagogia abordarem disciplinas essenciais, a conexão entre teoria e prática ainda precisa ser aprimorada. A formação continuada emerge como um espaço crucial para que os pedagogos possam se atualizar e refletir sobre suas práticas, o que é indispensável em um ambiente educacional em constante mudança. Além disso, os desafios enfrentados pelos educadores, como a falta de experiência prática e a necessidade de formação mais integrativa, são elementos que precisam ser endereçados por instituições de ensino superior e políticas educacionais.

Assim, torna-se evidente que a formação acadêmica deve ser repensada e aprimorada, de modo a capacitar os pedagogos não apenas para o ensino do conteúdo, mas também para a criação de ambientes de aprendizagem que atendam às diversidades e necessidades de seus alunos. Apenas assim poderemos avançar em direção a uma educação de qualidade, que valorize e desenvolva o potencial de cada estudante nas escolas de Ensino Fundamental I.

É essencial que as discussões sobre a formação de pedagogos se intensifiquem, buscando não apenas compreender as falhas atuais, mas também implementar mudanças efetivas que beneficiem a educação como um todo.

 

Referências

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KOEHLER, M. J.; MISHRA, P. What is technological pedagogical content knowledge (TPACK)? Modelos de formação docente, 2009.

 

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MARTINS, R. C. Formação Continuada e suas implicações na prática docente. Curitiba: Editora Champagnat, 2020.

 

 

[1] Doutoranda em Ciências da Educação

Instituição de formação: Flórida University USA – FUUSA– (Pólo Manaus- AM)

Endereço Institucional: Polo Manaus – Rua Major Gabriel, 768 Centro, CEP:69020-405

E-mail: zairapatriciaaraujoe@gmail.com

 

[2] Doutor em Ciências da Educação

Instituição de formação: Flórida University USA – FUUSA – (Pólo Manaus- AM)

Endereço Institucional: Rua: Francisco  Rodrigues, 608, Itaquera – SP- 08230-020

E-mail: pr.odovaldocativo@gmail.com

 

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